Artesão de São Leopoldo perde ateliê e obra premiada durante a enchente; "dói demais"

"Dói demais". Dessa forma o artesão Paulo Schaefer, o Paulinho dos Quadros, descreve o sentimento da primeira visita a casa onde mora, na Vila Glória, no bairro Scharlau, em São Leopoldo depois que o local foi atingido pela maior enchente da história do Estado. Paulinho e a família deixaram e residência no último dia 4, quando a água da chuva já havia invadido o imóvel, localizado na Rua João Batista de Freitas. Na quarta-feira (22), ele retornou pela primeira vez ao local. 

"É muito triste. Do atelier não sobrou nada, nenhum molde, nenhum desenho, vou ter que refazer tudo. Não é nem começar do zero, é começar do negativo", lamenta. Entre os itens perdidos estão os personagens do presépio, que Paulinho monta no pátio de casa para visitação da comunidade no Natal, e a Santa Ceia em MDF vazado, que rendeu recorde nacional ao artista em 2022, como a maior do País, com  6,55 metros de comprimento e 2,38 metros de altura.

Conforme Paulinho, na casa dele a água entrou mais de dois metros de altura. "Não conseguimos salvar praticamente nada. Do atelier eu perdi tudo. Tinha muita chapa de MDF, materiais de clientes e que estavam lá para reforma. Nada poderá ser reaproveitado", explica o artista, que estima o período de 30 a 60 dias para poder começar a voltar a trabalhar depois que concluir a limpeza do local. 

Nesta quinta-feira (23) com a água acumulando na rua novamente, Paulinho teve de parar com a faxina no local e retornou à casa do irmão, no bairro Itapema, onde a família está sendo abrigada desde o começo do mês. Para a reconstrução da residência e do atelier de trabalho, Paulinho, tem realizado uma campanha, para a doação de valores em dinheiro de quem puder colaborar. A transferência pode ser feita por meio do Pix, cuja chave é o CPF 444516870-04.