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Aumento nos casos de H1N1 traz alerta ao RS; veja o que diz especialista

Vírus é o mesmo que causou epidemia em 2009. Virologista afirma que vacina da gripe ajuda a combater avanço

Júlia Taube
Publicado em: 18/05/2023 às 09h:26 Última atualização: 26/03/2024 às 20h:15
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Dores intensas no corpo, nos músculos e na garganta, além da dificuldade para respirar. Esses são alguns dos sintomas da H1N1, cepa que originou a epidemia de influenza em 2009 e que volta a chamar atenção no Estado.

A predominância do vírus nos casos de gripe fez com que o Governo do Rio Grande do Sul emitisse um alerta na terça-feira (16) sobre a vacinação contra o vírus nas cidades gaúchas.

Casos de H1N1 intensificam vacinação



Casos de H1N1 intensificam vacinação

Foto: Jordana Fioravanti/prefeitura de Campo bom

Desde o início do ano já foram registrados 25 óbitos por gripe no Estado, conforme a Secretaria da Saúde (SES). Para tentar conter esse número, desde a segunda-feira (15), a vacina contra influenza já está disponível para todas as pessoas acima dos seis meses de idade. Popularmente conhecida como ‘vacina da gripe’, o imunizante trivalente possui anticorpos que estimulam a proteção contra os vírus A-H1N1, A-H2N3 e B.

Morador de Novo Hamburgo, um homem de 31 anos que pediu para não ser identificado, conta que contraiu H1N1 em abril deste ano e revela ter sentido dores incessantes. “Eu tinha muita dor de cabeça e sentia um cansaço. No dia seguinte eu acordei com mais sintomas e já estava tossindo, rouco e com a dor de cabeça ainda mais intensa”, detalha.

O relato do jovem é comum entre os pacientes diagnosticados com a cepa. Segundo o virologista e pró-reitor de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão da Universidade Feevale, Fernando Spilki, o H1N1 é um vírus preocupante e algumas pessoas mais suscetíveis acabam evoluindo para quadros graves da doença.

Mesmo vírus da epidemia

A cepa H1N1 que circula pelo Estado é a mesma de 14 anos atrás, denominada de H1N1 pandêmica. De acordo com Spilki, o vírus nunca foi erradicado completamente. Em 2009, quando houve a epidemia da doença, mais de 3500 pessoas contraíram a influenza, das quais 298 evoluíram para óbito. Os dados são do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS).

O virologista afirma que o H1N1 pandêmico tem a transmissibilidade muito eficaz em indivíduos que não estão com as doses da vacina da gripe em dia, característica que explica a resistência do vírus ao longo dos anos. “É um vírus muito talentoso nesse sentido de se manter na população. É importante que a vacina da gripe esteja em dia”, enfatiza Spilki.

Números preocupam

A vacinação iniciou em 10 de abril e vai até 30 de maio. No Estado, segundo dados disponibilizados pela SES, apenas 36% dos grupos prioritários já aplicaram o imunizante. Já em Novo Hamburgo, a Secretaria Municipal de Saúde revelou que, em pouco mais de um mês de campanha, a cidade atingiu somente 28,71% da cobertura vacinal contra a gripe.

Em relação aos casos hospitalizados por influenza no Rio Grande do Sul, 36% são pessoas maiores de 60 anos e 19% são crianças. No município são 6 pacientes internados, dos 11 casos positivos que a cidade contabilizou desde janeiro.

No entanto, o número de contaminados em Novo Hamburgo pode ser ainda maior. A Secretaria Municipal de Saúde informou que realiza o teste de H1N1 apenas em pacientes hospitalizados com a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).

Casos como o do jovem citado na reportagem e que positivou para o vírus em abril deste ano não são contabilizados, já que o diagnóstico identificado o vírus veio por meio de um teste realizado em farmácia.

Mais casos no outono

Diferente do que se imagina, é durante o outono que os casos de gripe têm maior transmissão. O especialista e pró-reitor da Feevale diz que isso ocorre pela mudança de temperatura que inicia, saindo de máximas intensas e alterando para dias mais frios.

Dos 25 óbitos já registrados no Estado até 15 de maio, 16 foram de pessoas com 60 anos ou mais. Já em Novo Hamburgo, a secretaria não registrou nenhuma morte. “A temporada de gripe no Brasil, na região sudeste e sul, normalmente está localizada no outono”, revela.

Vacina é a prevenção

Para evitar contrair H1N1, a vacina da gripe é a prevenção. Spilki ainda aconselha que, além da dose, cuidados sejam tomados para que a transmissão reduza, como o uso de máscara em hospitais e outros ambientes de saúde. “A vacina repetida ao longo dos anos ela confere aos indivíduos um grau de proteção importante contra aquela doença da gripe mais grave”, afirma ele.

Outra recomendação é o descanso e buscar o afastamento social assim que os sintomas iniciarem. “A contribuição de cada um é muito importante. Tentar não ir presencialmente ao ambiente de trabalho e evitar atividades escolares presenciais”, finaliza o virologista.

Nesta quinta-feira (18), mesmo com feriado municipal em Novo Hamburgo, a Casa de Vacina estará aberta das 9 às 16 horas. A unidade fica na Avenida Cel. Frederico Linck, 900, no bairro Rio Branco.

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