O projeto Apadrinhar de Canela foi lançado na quinta-feira, dia 23. Numa iniciativa do Ministério Público, em parceria com o Município, o projeto busca garantir suporte para crianças e adolescentes hoje abrigados na Casa Lar.
Quem coordena o programa é a Comissão de Apadrinhamento, composta pelo abrigo Casa Lar, pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e pelo Grupo de Apoio à Adoção de Canela.
“O projeto Apadrinhar permite que todos possam ajudar as crianças e adolescentes que estão em maior dificuldade. O apadrinhamento vai além da perspectiva afetiva, pois há outras modalidades de apadrinhamento: cursos, materiais escolares, tratamento de saúde, entre outros. O futuro das nossas crianças está em nossas mãos”, destaca o promotor de Justiça Max Guazzelli.
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Modalidades
Conforme explica a coordenadora do Grupo de Adoção de Canela e voluntária na Casa Lar há dez anos, Tatiane Cavallin, participante da comissão do projeto, são três modalidades de apadrinhamento: afetivo; financeiro; e de serviços. Os padrinhos prestadores de serviço podem oferecer atividades gratuitas, como, por exemplo, um professor de inglês dar aulas. No momento, a Casa Lar necessita de psicólogos para esse apadrinhamento. O apadrinhamento é feito através de assinatura de contrato, no qual dispõe sobre como será realizada a prestação de serviço.
Já o apadrinhamento financeiro é feito a partir de uma doação mensal de certa quantia, que será depositada para o afilhado. “Na Casa Lar não falta comida, nem nada que é essencial. Entretanto, às vezes, os jovens não conseguem ter aquilo que desejam ou algo específico que precisam, como alguma vestimenta para trabalho. Este dinheiro será utilizado naquilo que o jovem quiser e precisar”, coloca Tatiane.
Uma oficina de educação financeira, inclusive, será ministrada para os adolescentes.
Padrinho afetivo
No apadrinhamento afetivo, o objetivo é criar laços duradouros entre afilhado e padrinho. Os cuidados para com os padrinhos é maior para esta modalidade para garantir a segurança dos jovens. Além dos documentos exigidos, serão feitas oficinas, curso preparatório e avaliação psicológica. Inicialmente, o apadrinhamento será virtual, através de vídeo. Isto porque, diferente de um processo de adoção, quem irá escolher o padrinho ou madrinha será o jovem.
“O processo será direcionado conforme a avaliação de perfil feita pelo conselho, mas o poder de decisão estará centrado na criança ou adolescente”, destaca Tatiane. No momento são cinco crianças e adolescentes no abrigo aptos a fazer parte do apadrinhamento afetivo. Isto porque o processo a respeito do jovem, de sua família de origem, já deve estar concluído.
Outro fator é a idade. A adoção de crianças maiores de 10 anos é mais difícil de acontecer, e então, para poder propiciar que criem vínculos afetivos com membros da comunidade, são os alvos do programa apadrinhar. O padrinho pode e deve levar o adolescente para sua casa em certos finais de semana, e podem viajar durante as férias. O padrinho não é representante legal do afilhado, mas deve cuidar e zelar pelo bem-estar dele.
Para se tornar padrinho
Tatiane já fez parte do programa de apadrinhamento. Foi madrinha de uma adolescente, que acabou adotando. Embora com ela o desfecho tenha sido a adoção, salienta que não é o objetivo do projeto. “O apadrinhamento serve para formar laços e dar um amparo para os jovens. Auxiliá-los a se incluírem na sociedade. A finalidade não é a adoção, o apoio é.”
Os interessados em fazer parte do projeto, em qualquer uma das modalidades, podem entrar em contato através do e-mail inscricaoapadrinharcanela@gmail.com. Para o apadrinhamento afetivo, se esperam mais inscritos que afilhados disponíveis no momento, possibilitando que quando cheguem mais jovens eles possam logo participar.
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