Moradores da Vila Palmeira, em Novo Hamburgo, estão apreensivos sobre o que o futuro reserva a essa região do bairro Santo Afonso, onde vivem cerca de 12 mil pessoas. Isso porque mesmo com o fechamento do dique no lado da Vila Brás, no limite do município com São Leopoldo, as duas vilas permanecem inundadas, com água na altura do telhado das casas. Na Vila Brás vivem 26,4 mil pessoas.
Diante das ações que prefeituras vizinhas têm feito para tirar a água dos bairros inundados, a população também diz que tem sugestões para auxiliar o Município.
Na quinta-feira (16), um grupo de moradores foi de barco até a Casa de Bombas para verificar as condições do espaço. As imagens mostram cinco bombas fora de funcionamento e os painéis de controle inundados. Originalmente, a casa foi projetada para receber sete equipamentos.
Conforme o presidente da Associação dos Moradores da Vila Palmeira, Gilvanio Silva (Pantio), há grupos organizados na Vila Palmeira que estão dispostos a contribuir com a Prefeitura para solucionar o problema. De acordo com ele, há dois geradores de energia à disposição e os moradores já se dispuseram a conseguir óleo diesel. “Os canos, a Prefeitura pode pedir para a Comusa e as bombas se poderia conseguir com a empresa que faz a manutenção da casa de bombas”, sugere Pantio.
De acordo com ele, mesmo que prefeitura de São Leopoldo faça a sucção da água acumulada na Vila Brás, parte da Vila Palmeira permanecerá inundada. “Vai secar até certo ponto. Mas ali na altura da Emei Sabiá, do posto, a água não vai mais baixar porque vai emparelhar com o Arroio Gauchinho”, acredita.
Há canos instalados na Vila Brás, mas segundo a assessoria de imprensa do município leopoldense, no momento não serão instaladas bombas flutuantes ali, mas nos bairros Vicentina e Campina. A reportagem questionou a Prefeitura se as sugestões dos moradores da Vila Palmeira são viáveis, mas ainda não recebeu retorno.
Na quarta-feira, a prefeita Fátima Daudt disse que foram apresentados pedidos de R$ 8,5 milhões ao governo federal em medidas emergenciais para tirar as águas represadas no bairro Santo Afonso. Isso inclui a contratação de bombas flutuantes, geradores, combustíveis e tubos PEAD para transpor a água sobre o dique até o rio.
Além disso, há solicitação de R$ 9 milhões para obras na casa de bombas e no sistema contra as cheias do Rio dos Sinos, que precisa ser redimensionado em razão das marcas alcançadas pela enchente histórica e das mudanças climáticas. O Município também está com demandas envolvendo reconstrução de escolas, postos de saúde e moradias destruídas pela enchente.
De acordo com a chefe do Executivo, as demandas foram apresentadas ao titular do Ministério das Cidades, Jader Filho, titular do Ministério dos Transportes, Renan Filho, e a titular do Planejamento e Orçamento e Simone Tebet.
Segundo as assessorias dos ministérios dos Transportes e Planejamento e Orçamento, as demandas apresentadas por Novo Hamburgo devem ser consultadas junto ao Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional. É este órgão que tem respondido por todas as portarias da União relacionadas à ajuda ao Rio Grande do Sul.
Já o Ministério da Integração, informou que os pedidos da prefeita estão sob a responsabilidade do Ministério das Cidades que, foi consultado pela reportagem, mas até o momento não respondeu ao contato.
A reportagem também perguntou ao Ministério da Integração quais projetos já foram apresentados pelas prefeituras de Novo Hamburgo e São Leopoldo e estão na lista de liberação de recursos. O órgão informou que a demanda estava com a área técnica, mas ainda não informou se existem as propostas.
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