MORTE CHOCANTE

CONCRETADA NA GELADEIRA: Manifestação no litoral norte pede justiça por mulher esquartejada por companheiro

Grupo caminhou pelas ruas de Osório com cartazes e gritos de "Feminicídio basta" e "Nara Denise presente"

Publicado em: 13/01/2024 16:13
Última atualização: 13/01/2024 16:13

Na manhã deste sábado (13), centenas de pessoas se reuniram em Osório para pedir justiça por Nara Denise dos Santos. A mulher, de 62 anos, foi morta, esquartejada e concretada na geladeira de casa pelo companheiro, o comerciante Marcos do Nascimento Falavigna, de 38 anos. O corpo dela foi encontrado na madrugada do dia 6 de janeiro.

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Manifestação no litoral norte pede justiça por mulher esquartejada por companheiro Foto: Laura Rolim/GES-Especial

"A gente jamais imaginava. Ele vai pagar. Deus é pai. Ele vai ter o que merece. Ele não poderia ter feito o que fez com ela, não se faz nem com um animal, ainda mais com uma pessoa”, desabafou Lica Souza, 64, uma das quatro irmãs de Nara.

Com brados de “Feminicídio basta” e “Nara Denise presente”, além de cartazes com dizeres como "Somos o grito de quem não tem voz", a manifestação começou por volta das 10 horas e teve a Praça Central como ponto de concentração. O grupo — formado por familiares, amigos e conhecidos da idosa, além de pessoas sensibilizadas com o acontecimento — seguiu a caminhada por ruas da cidade até as 11 horas.

O ato, que teve momentos silenciosos e tomados de emoção, contou ainda com o relato de vítimas de violência doméstica. "Nós que damos vida aos homens, e agora somos mortas por eles", disse uma das manifestantes. 

Presente no protesto, Pai Paulo Reis de Obá falou sobre o caso. "Isso não é religião, isso é caráter", afirmou ele. Nas redes sociais, o autor do crime tinha um perfil público onde se apresentava como líder espiritual. "Todos os povos de terreiro de matriz africana juntamos forças nesse ato solidário. A religião ela é acolhedora. Mulher na nossa religião é sagrada e sempre vai ser. A mulher gera vida", destacou.

ManifestaçãoLaura Rolim/GES-Especial
ManifestaçãoLaura Rolim/GES-Especial
ManifestaçãoLaura Rolim/GES-Especial
ManifestaçãoLaura Rolim/GES-Especial

"Deus é único em todas as religiões. Para nós, um membro da nossa religião ter feito isso pegou todos nós de coração torcido. Não existe isso no nosso terreiro", concluiu.

O caso

Após cometer o crime, no fim da madrugada daquele sábado, Falavigna foi a um posto da Brigada Militar em Imbé e avisou sobre a morte da companheira. Na residência, depois de contar versões contraditórias, ele confessou aos policiais ter matado Nara

O imóvel estava bagunçado e com imagens religiosas espalhadas. O corpo estava em uma geladeira, deitada no piso e coberta de concreto. No quintal, havia cimento fresco espalhado pelo chão, junto a uma mangueira.

À BM, ele relatou brigas com a vítima e tentou justificar o assassinato afirmando que estava sob influência maligna. De acordo com os policiais, o corpo tinha muitas lesões e queimaduras. Ele foi preso em flagrante por feminicídio e ocultação de cadáver, e levado à Penitenciária Modulada Estadual de Osório. 

A suspeita é que ele tenha concretado o corpo na geladeira para evitar cheiro. A perícia vai apontar como e quando Nara foi morta.

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