ADESTRADA E ADOTADA

Conheça Pretinha, a pitbull resgatada por maus-tratos que ganhou nova vida graças a projeto da região

No Cempra, um projeto único de adestramento está mudando a vida de animais resgatados

Publicado em: 24/11/2023 16:55
Última atualização: 24/11/2023 16:56

No Centro Municipal de Proteção e Bem-estar Animal (Cempra) de Sapiranga, o chacreiro Craudeomiro de Lima Costa, de 46 anos, passeia com a pitbull chamada Pretinha, que, inclusive, responde aos comados “senta”, “deita” e “fica”, com maestria. Essa atitude seria impossível há alguns meses, pois Pretinha foi resgatada por maus tratos e era muito agressiva, tentando morder quem chegasse perto dela.


Pitbull Pretinha agora tem nova casa Foto: Giordanna Vallejos

Agora, o novo tutor está pronto para dar muito espaço e amor a ela na sua chácara. Abanando o rabo, a pitbull entra no carro rumo a uma nova vida. Essa cena só foi possível graças ao trabalho realizado pelo adestrador Luciano dos Santos Silva e pelo olhar sensível da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Preservação Ecológica (Semape), que decidiu implantar o projeto há dois meses, para adestramento de cães com problemas de comportamento.

Secretário de Meio Ambiente, Éderson André KleinGiordanna Vallejos
Luciano dos Santos Silva faz o treinamento do PitbullGiordanna Vallejos
Luciano dos Santos Silva faz o treinamento do cachorroGiordanna Vallejos
Craudeomiro de Lima Costa, adota a Pitbull Pretinha no CempraGiordanna Vallejos
Craudeomiro de Lima Costa, passeia com a Pitbull Pretinha, que adotou no Cempra após o adestramento de Luciano dos Santos SilvaGiordanna Vallejos
Craudeomiro de Lima Costa e Luciano dos Santos Silva no adestramento da Pitbull PretinhaGiordanna Vallejos
Pitbull PretinhaGiordanna Vallejos
Craudeomiro de Lima Costa, passeia com a Pitbull Pretinha, que adotou no Cempra após o adestramento de Luciano dos Santos SilvaGiordanna Vallejos
Craudeomiro de Lima Costa, passeia com a Pitbull Pretinha, que adotou no Cempra após o adestramento de Luciano dos Santos SilvaGiordanna Vallejos

Luciano explica que além de adestrar os cães no Cempra, quando alguém tem interesse em adotar, é feito todo um trabalho de socialização com o novo tutor. “Fazemos todo um trabalho de socialização com o tutor, até ele aprender a dar os comandos e se sentir seguro em levar o animal, como ocorreu hoje com o Craudeomiro e a Pretinha”.

O adestrador se emociona com o resultado positivo do trabalho. “Quando você vê um animal enjaulado com potencial bom para uma guarda de casa, para um pátio, ou até para companhia por problemas que causaram com ele, provavelmente, por maus tratos, é muito triste. Por isso é tão satisfatório ver a evolução do animal, presenciar uma adoção assim”, disse ele.

Um novo começo

“Adorei a Pretinha, achei ela muito bonita, fará companhia para outra que eu tenho. Eu trabalhava aqui no Cempra com roçada. Agora moro numa chácara, tem bastante espaço para ela. Eu não quero de cão de guarda, quero ela para passear, dar atenção. A primeira vez que vim ver ela, ela latiu muito e chegou a se babar querendo me morder. Mas agora com o treinamento, vindo aqui duas vezes, eu já consegui passear e dar carinho”, explica o chacreiro que adotou a pitbull.

Comandos básicos

O adestrador explica que são ensinados os comandos básicos para os cães com problemas de comportamento. “Quando cheguei aqui, alguns cães avançavam na grade, eles queriam morder. O que a gente está ensinando para esses cães aqui são os comandos para uma pessoa normal conseguir passear e conviver com eles”. Os comandos básicos são: “senta”, “deita”, “junto”, “fica” e o “não”.

O método dele é o adestramento positivo, que visa ensinar por meio de recompensas, como petiscos ou carinho. Quando o cão obedece um comando como “senta”, ele recebe uma recompensa instantânea. Por meio de muita repetição, eles aprendem a obedecer e, ao mesmo tempo, a serem cachorros mais equilibrados, prontos para entrar em uma nova família.

Promovidos a cães policiais

Um fato curioso é que Luciano dos Santos Silva também trabalha com os cães da Delegacia de Sapiranga, do projeto K9. Por isso, existe a possibilidade de que, caso tenha o comportamento certo, algum dos cachorros do Cempra ser “promovido” a cão policial. “Não descartamos a possibilidade de achar algum aqui, que tenha motivação suficiente para fazer faro, busca de pessoas, ou até um trabalho de intervenção na polícia”.

Mais adoções

O secretário de Meio Ambiente, Éderson André Klein, destaca que mesmo sendo recente, esse projeto tem potencial para gerar mais adoções. “A importância é poder dar uma chance para os animais que estão aqui, de ter um novo lar, por meio desse treinamento. Então, um animal que talvez nunca teria outro lar, agora está tendo uma oportunidade. Porque é muito difícil alguém querer adotar um cão agressivo”, explica ele.

Éderson observa que o comportamento dos animais melhorou, o que inclusive é uma maneira de facilitar o trabalho das pessoas responsáveis por cuidar deles no Cempra, como veterinários e tratadores. Ele também ressalta que, dessa forma, os cães recebem um olhar individualizado e podem gastar energia durante o adestramento. Porém, ele reforça que mesmo com o treinamento, ao adotar um cão com um comportamento mais agressivo, é preciso manter um certo cuidado, principalmente com outros animais e com crianças.

Saiba mais

Além do adestramento, o Cempra faz um trabalho de controle populacional, com a castração de caninos e felinos, que estão sob tutela de família de baixa renda e também de protetores cadastrados. São aproximadamente noventa animais no Cempra na atualidade. Para adotar esses animais, é necessário entrar em contato com o Cempra, através do telefone (51) 99610-7398.

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