O espaço que guarda o passado de Três Coroas e parte da história do Vale do Paranhana está de cara nova, pronto para mostrar às novas gerações as marcas que ajudaram a construir o presente. Na sexta-feira (15), a prefeitura inaugurou o prédio do Museu Municipal Armindo Lauffer.
Fechado desde 2020, o antigo Casarão de Águas Brancas passou por uma reforma completa, ganhou novo telhado, piso e acessibilidade, com novos banheiros.
O investimento foi possível por meio do Programa Avançar Turismo, que contou com R$ 568,1 mil do Estado e R$ 301,3 3 mil de verba municipal, totalizando R$ 869,5 mil. A cerimônia contou com apresentação do Kairos Centro de Dança e da Orquestra Municipal Huberto Schmitt Müller.
O museu leva o nome e guarda o acervo de Armindo Lauffer, historiador que iniciou sua coleção em 1945 que, a cada ano, crescia mais, seja por doações, trocas ou até compras. Quem fez memória ao trabalho de Lauffer foi a neta do personagem ilustre de Três Coroas, Luana Lauffer. “Eu me lembro quando ele chegou na casa da vó feliz porque tinha conseguido esta casa para ser o museu”, contou ela.
Luana descreveu seu avô como poliglota, autodidata e um apaixonado pela Alemanha e seus descendentes. “Não se pode pensar em presente e futuro sem valorizar o seu passado”, declarou.
Já o prefeito Alcindo de Azevedo fez questão de agradecer à parceria dos voluntários para preservar o acervo, que ainda não tem data para retornar ao museu. Todas as peças foram armazenadas em contêineres, cedidos por uma empresa calçadista, com a ajuda das voluntárias Maria Mercedes de Quadros Forcarini, Eliane Duarte, Clarise Moeller e Lorena Deecken. As mulheres foram as responsáveis por guardar todos os itens.
Para que os objetos possam voltar ao endereço histórico, é necessário que sejam higienizados. Além disso, há diversas peças que necessitam de restauração, pois acabaram sofrendo avarias por conta da infiltração que o prédio tinha antes da reforma. Outra medida é a necessidade de criar um projeto de exposição.
Conforme a arquiteta Grasieli Gomes, o projeto de reforma, que teve início em 2022, procurou manter as características do imóvel, composto por porão, térreo e sótão. Inclusive, as esquadrias foram restauradas no local e as vigas de madeira com cupins receberam tratamento.
De acordo com ela, a única parte do casarão construída nova foram os banheiros, que contam com uma rampa de acesso na parte dos fundos do imóvel.
Um pouco da história
O Casarão de Águas Brancas, atualmente sede do Museu Armindo Lauffer, foi construído em 1856 pelo comerciante alemão Johannes Petry. Na revolução federalista, em 1895, um grupo de maragatos foi até o local para atacar o imigrante, conhecido por suas posições políticas. Ele se refugiou no sótão com a família e respondeu ao ataque. O confronto acabou com a morte de um dos líderes dos maragatos.
Este lugar cheio de história encantava Lauffer e, em 1974, ele locou o casarão para acomodar o seu acervo que possuía mais de 6 mil itens. O historiador faleceu três anos depois, em 1977. A prefeitura comprou a casa em 1982, reformou o local e, em 1985, reabre o museu com o nome de Armindo Lauffer.
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