EFEITO DO FRIO

Doenças respiratórias pressionam saúde pública em cidades da região

Prefeituras de Novo Hamburgo e Montenegro confirmam que aumento da demanda tem gerado dificuldades. Vacinação em dia pode ajudar

Publicado em: 30/05/2023 07:00
Última atualização: 26/03/2024 15:17

Com a chegada do frio e aproximação do inverno, viroses e doenças respiratórias pressionam ainda mais hospitais e unidades de saúde na região. Na última semana, uma série de relatos de pacientes chamou atenção sobre o tema em Novo Hamburgo.

Pacientes da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Canudos contaram que aguardaram mais de 7 horas para consulta na segunda-feira da semana passada (22). No último domingo, a situação continuou semelhante. Cansada de aguardar atendimento, uma jovem de 19 anos se deitou no chão da UPA, devido a fortes dores que sentia.


Movimento na UPA Canudos tem sido ainda mais intenso Foto: Laura Rolim/GES Especial

A Fundação de Saúde Pública de Novo Hamburgo (FSNH), responsável pela UPA Canudos, confirma que os atendimentos de pacientes adultos e pediátricos com doenças respiratórias tiveram um incremento nas últimas semanas, o que já era esperado devido à sazonalidade das doenças respiratórias.

No entanto, a gravidade dos casos tem aumentado o tempo de atendimento e, consequentemente, a demora na fila de espera, algo que seria reduzido se o esquema vacinal dos pacientes estivesse em dia. A FSNH pondera que a lotação das unidades de saúde se repete em outras cidades da região.

“A vacinação para gripe é a principal estratégia para evitar complicações dessa doença que ainda causa a morte de muitos brasileiros, especialmente pessoas em grupo de risco. Vale ressaltar que casos de Covid continuam acontecendo, daí a importância de também estar com as vacinas contra a Covid-19 em dia”, observa o médico infectologista Rafael Matiuzzi, vinculado à FSNH.

Atendimentos cresceram no Vale do Caí

No Vale do Caí, o aumento expressivo da procura por atendimento motivou a ampliação dos horários em Unidades Básicas de Saúde.

Conforme a secretária de Saúde de Montenegro, Andreia Coitinho da Costa, nas três unidades com maior demanda, Plantão 24 horas e as UBSs Centro e Santo Antônio, saltaram de 3 mil para 5 mil atendimentos mensais nos últimos meses.

"Enquanto avançava a imunização contra a Covid, a procura pela vacina da gripe despencou e isso está refletindo agora porque aquela vacina anual contra a influenza acabou ficando em segundo plano e a queda na imunização deixou a porta aberta para o vírus", avalia Andreia.

"Embora as doses estejam à disposição, a procura é baixa. Apenas um terço do público-alvo está imunizado", lamenta.

Horário de funcionamento ampliado

Conforme Andreia, além do Plantão 24h, que funciona junto à Secretaria Municipal de Saúde, o atendimento na UBS Centro foi ampliado, passando a funcionar aos sábados e domingos, das 10 às 22 horas, com dois médicos, enfermeiro, técnico de enfermagem e farmacêutico.

"Nosso propósito foi reduzir a pressão sobre o Plantão 24h e oferecer mais uma opção à comunidade", destaca a secretária.

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