Os alunos da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Três Coroas voltaram a fazer sucesso nas redes sociais com a produção de um videoclipe de artista brasileiro.Dessa vez, o hit escolhido foi “As Menina da Pecuária”, da cantora Ana Castela, que se apresenta neste domingo (20) no encerramento da 35ª Oktoberfest de Igrejinha.
“As crianças são muito fãs da Ana Castela”, conta o professor da instituição Marcelo Dias, que ao lado do colega de profissão Júnior Tavares é idealizador do projeto Clipe Inclusivo. De acordo com ele, a escolha pela artista não foi por acaso: o grupo quer que a produção chegue até a cantora. Nas redes sociais, muitas pessoas estão parabenizando a iniciativa e também marcando os perfis oficiais da artista.
O primeiro vídeo gravado pelos frequentadores foi em 2023 e na ocasião também foi uma música da cantora sul-mato-grossense: o hit “Galera de Cowboy”. Além desse, o grupo também já gravou “A Pistoleira”, “Perigosa” e “Linda e Pistoleira” do Grupo Corpo e Alma, além de “Guardanapo”, do grupo Rainha Musical e “Nada Mudou”, de Os Federais.
O novo clipe
Os alunos têm total envolvimento com a produção dos videoclipes, inclusive na escolha dos que serão gravados. No caso da nova produção, inspirado na Ana Castela, o professor Marcelo afirma que cerca de 30 alunos participaram. “A gente procura envolver o máximo de alunos possível nas gravações”, enfatiza.
O educador ainda frisa que em cada produção eles tentam fazer uma releitura fiel da versão dos artistas. Nesse caso em específico, contaram com o apoio de estabelecimentos comerciais da cidade, como agropecuárias. O vídeo foi gravado em diferentes locais.
“Deu muito certo, muito certo”,comemora o professor. “O objetivo é fazer chegar na Ana Castela. Nossos alunos são muito fãs”, reforça. Ele conta que a comunidade comprou a ideia e as publicações no Facebook e no Instagram da Apae do município já contam com “um número muito elevado de visualizações”.
Até as 20h45 desta quinta-feira (17), no Facebook o vídeo publicado no começo da tarde do último domingo (13) já havia sido reproduzido mais de 22 mil vezes, com mais de 300 compartilhamentos. Enquanto no Instagram, o vídeo tinha mais de 25,2 mil visualizações no mesmo período.
O projeto e o impacto dele nos alunos
A ação foi realizada por meio do projeto Clipe Inclusivo, que faz parte de um “projeto mãe” chamado de Eu nas Redes Sociais, criado no ano passado. “Nasceu com o propósito de compartilhar tudo o que a Apae oferece, desde a parte administrativa, clínica e pedagógica para a comunidade, podendo compartilhar os atendimentos que os usuários recebem, além das demandas que nós temos, pois sabemos que ainda existe muito preconceito, principalmente no que diz respeito à Apae”, explica Marcelo.
O professor ainda destaca que o objetivo é mostrar a realidade da instituição “de dentro para fora” além de compartilhar a potencialidade dos alunos. “Mostrar a comunidade o quanto eles [alunos] são capazes”, afirma.
A ação partiu de dentro das atividades na instituição e a partir do interesse dos frequentadores pela música. “Dentro das atividades sempre pedem ‘profe vamos assistir um clipe?’, ‘coloca no Youtube, coloca um clipe’ e então surgiu a ideia de fazer clipe com eles mesmo. Então eles tem a oportunidade de se ver”, lembra sobre o começo do projeto.
A ação tem gerado um retorno positivo por parte dos participantes, que relatam aos professores a repercussão dos vídeos. “Eles falam ‘profe no mercado perguntaram se era eu que fazia parte do clipe'”, relata Marcelo sobre os testemunhos. Com a empolgação, os próprios artistas levam ideias de novos vídeos para gravar.
Marcelo pontua que o projeto conta com o apoio da equipe diretiva da Apae e também das famílias, que prestigiam cada nova produção. “É gratificante! A gente entende que cada degrau tem um objetivo e nós precisamos alcançar esses objetivos”, afirma o professor, lembrando do compromisso do projeto em levar as ações da instituição até a comunidade.
Para ele, ver o engajamento do público nas redes sociais e o reconhecimento para com os alunos, especialmente em ambientes públicos, também traz um sentimento de satisfação. “Em cada mensagem que eles trazem ou que as famílias compartilham, vemos o quanto eles mudaram. Eles ficaram menos envergonhados, conseguem conversar mais porque os próprios clipes estão proporcionando isso a eles”, pondera Marcelo.
Com o resultado de cada gravação, os alunos também ficam cada vez mais engajados e buscam fazer sempre o melhor. “Vai além de uma dança, a gente trabalha muito a interpretação. Eles se dedicam a cada detalhe. Um ajuda o outro, cobra o outro. Se não está certo, tentam de novo.”
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