DE VOLTA ÀS ORIGENS

Festa para relembrar a história e a cultura polonesa leva três mil pessoas ao interior de Riozinho

Museu com peças que ajudam a contar a origem do povoado de Baixa Grande foi espaço concorrido

Publicado em: 29/10/2023 16:18
Última atualização: 29/10/2023 16:18

No domingo (29), a comunidade de Baixa Grande, no interior de Riozinho, parou para receber visitantes de diversos municípios da região para mais uma edição da Festa da Imigração Polonesa, que está em sua oitava edição. Cerca de três mil visitantes prestigiaram o evento, que teve missa com cânticos em polonês, comida típica e exposição e venda de artesanato característico da Polônia.


Célia Iaronka, Maura Ribaczki e Eufrizonia Ribaski ficaram responsáveis pela venda de produtos da gastronomia típica polonesa, como a morcilha e o pão caseiro Foto: Isaías Rheinheimer/GES-Especial

Quem chegou cedo, aproveitou o café da manhã que teve morcilha colonial, linguiça cozida e pierog, um pastel de requeijão tradicional em diversas regiões do país europeu. A cuca e o pão caseiro assado no forno à lenha também não faltaram.

“Essa é uma festa que iniciou como o encontro de duas famílias, e que tomou uma proporção que jamais imaginávamos”, explica Cláudio Robaski, presidente da comissão organizadora.

Um museu com equipamentos agrícolas, peças históricas, fotos e trajes típicos, ajudam a contar a origem do povoado, que é considerado um recanto polonês na região, foi um espaço concorrido. Carlos Alberto Otto, a esposa Ronise Rabelo e o pai Antônio Eliseu Otto, que moram em Novo Hamburgo, prestigiaram a festa para relembrar o passado. “Neste museu tem utensílios domésticos que eram da minha avó. É muito bom voltar aqui e ver um pouquinho da história da família, dá um certo orgulho”, afirma.

A técnica contábil Eda Rejane Ciecelski saiu de Porto Alegre, na companhia da filha Caroline e do marido Gilson Brito, para tentar resgatar a própria história. “Vim em busca de mais informações da minha origem. Já descobri o ano que meus familiares chegaram por aqui, mas ainda quero saber em qual navio, para poder descobrir de qual região da Polônia vieram”, explica. “Quero tentar a dupla cidadania, já que é isso de mais valioso que posso deixar de herança à minha filha”, concluiu.

Eda Rejane Ciecelski, a filha Caroline e o marido Gilson Brito: em busca da origem da famíliaIsaías Rheinheimer/GES-Especial
Museu foi um dos espaços mais concorridos da Festa da Imigração PolonesaIsaías Rheinheimer/GES-Especial
Museu foi um dos espaços mais concorridos da Festa da Imigração PolonesaIsaías Rheinheimer/GES-Especial
Carlos Alberto Otto (centro), a esposa Ronise Rabelo e o pai Antônio Eliseu Otto, que moram em Novo Hamburgo, prestigiaram a festa para relembrar o passadoIsaías Rheinheimer/GES-Especial

Artesã de origem polonesa é destaque

Um cantinho colorido e cheio de itens peculiares se destacou durante a Festa da Imigração Polonesa de Baixa Grande. Era o espaço com peças de artesanato produzidos pela guia turística Karine Modelski, que é descendente de imigrantes poloneses e viajou de Nova Prata para expor no evento.

Karine Modelski mostra um pisanki, pintura de ovos de madeira, tradicional na PolôniaIsaías Rheinheimer/GES-Especial
Karine Modelski, com quadro com a oração do Pai-nosso em polonês, é vice-presidente da Braspol - Representação Central da Comunidade Brasileiro Polonesa do BrasilIsaías Rheinheimer/GES-Especial
Com o domínio de mais de 10 técnicas do artesanato polonês, Karine percorre o Rio Grande do Sul - e até mesmo outros estados - para mostrar a cultura e a arte do país de origem.

“Historicamente, os poloneses usavam o artesanato para se identificar. Cada região da Polônia tem uma característica artesanal peculiar, que quem conhece sabe a origem”. Isso aconteceu, segundo ela, pois o país ficou mais de 100 anos sem ser reconhecido como nação, sendo que os poloneses estavam impedidos até mesmo de falar a língua originária. As famílias acabavam se reconhecendo por detalhes do artesanato.

Como vice-presidente da Braspol - Representação Central da Comunidade Brasileiro Polonesa do Brasil, ela também viaja o Brasil para ensinar a arte polonesa e falar sobre a história do país europeu. “São 34 anos de dedicação à cultura dos meus ancestrais. Ensino o artesanato autêntico polonês por intermédio do Consulado Geral da República da Polônia”, coloca.

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