PEDÁGIO NO VALE DO CAÍ

FREE FLOW: Motoristas de caminhão reclamam de cobrança sobre eixos suspensos na RS-122

Condutores que passaram pela região têm registrado dificuldades; CSG explica que os veículos têm cobrança triada e verificada de forma híbrida

Publicado em: 22/04/2024 15:47
Última atualização: 23/04/2024 08:18

Diferentemente do carro, em que a cobrança do pedágio segue um valor fixo, os caminhões pagam a tarifa sobre o eixo rodado, que pode ser suspenso quando o veículo está vazio, reduzindo o desgaste dos pneus e melhorando a eficiência do combustível.


Free flow em São Sebastião do Caí Foto: Débora Ertel/GES-Especial

Ocorre que há motoristas reclamando de cobrança por eixos suspensos no pórtico free flow da RS-122, em São Sebastião do Caí. Pelo novo sistema, em funcionamento na região desde 30 de março, a tecnologia inserida nas câmeras captura a imagem da placa dos veículos e cruza dados com a Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz).

Isso porque a cobrança para os caminhões é feita com base no Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais (MDF-e). Este documento traz informações sobre a carga levada pelo veículo, o que indica a necessidade de rodagem dos eixos.

No caso do avicultor Jair Mezomo, 44 anos, o caminhão é de uso particular e por isso não é gerado o manifesto. Ele faz o trajeto de Flores da Cunha, onde reside, até Santo Antônio da Patrulha para buscar casca de arroz, utilizado para as camas do aviário. “A casca de arroz é para mim, não faço frete. É considerada lixo e não sai nem nota fiscal”, diz o produtor rural.

No entanto, quando tem passado pelo free flow em São Sebastião do Caí descarregado, a cobrança tem sido feita sobre três eixos.


Caminhão de Jair Mezomo transporta casca de arroz Foto: Divulgação

Mezomo conta que abriu reclamação junto à Concessionária Caminhos da Serra Gaúcha (CSG), com duas cobranças indevidas já restituídas e uma terceira em avaliação. “Eu passo ali na free way pela cobrança automática e isso não acontece. É só no Caí”, comenta. “O problema é o tempo que você gasta para reclamar. A demora é muito grande no atendimento”, se queixa.

Já Nei Celso Rossi, 45, é produtor e comerciante de hortifrutigranjeiros em Caxias do Sul. Com frequência, ele leva seus produtos para a Central de Abastecimento de Porto Alegre (Ceasa). Desce carregado e sobe a Serra com o caminhão vazio, tendo o terceiro eixo suspenso.

De acordo com ele, a primeira cobrança indevida aconteceu no primeiro dia de funcionamento do free flow, também no trecho caiense. “Deu R$ 46,90, mas meu caminhão é de três eixos. Daí, na volta, eu paguei R$ 35,06, pois uso a tag, sendo que voltei com eixo suspenso”, relata.

Rossi conta que somente duas vezes o pórtico fez a cobrança correta de valores desde então, apesar dele atualizar o manifesto. Por falta de tempo, o produtor ainda não conseguiu contestar as cobranças junto à concessionária.

O valor do pedágio em São Sebastião do Caí, sem desconto, para caminhão com dois eixos é de R$ 24,60 e para três eixos, R$ 36,90.

Segundo a CSG, se houver manifesto de carga aberto, a cobrança ocorrerá como prevê o contrato. Caso não haja, o motorista precisa ligar para o 0800-122-0240 para verificar junto ao Centro de Controle de Transações da CSG e solicitar mais informações.

Em relação aos caminhões-baú, não tendo manifesto aberto, é analisado o que está no solo. A CSG esclarece que no caso de contestação de cobrança, o condutor deve informar o fato pelo telefone 0800-122-240 ou pelo e-mail para cac@csg.com.br.

De acordo com a concessionária, os veículos registrados para pagamento têm sua cobrança triada e verificada de forma híbrida. “Confirmando-se qualquer equívoco, o que é raro, o registro é corrigido, independente do local ou trecho”, informa a nota. Em relação ao pórtico da cidade caiense, a CSG declara que “não foi verificado problema no free flow”.

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