TRANSTORNO AOS TRABALHADORES

Funcionários de pedágios de rodovias como RS-239 e RS-474 denunciam atraso no pagamento do dissídio

Procurada pela reportagem, a EGR afirma que os pagamentos estão em dia e que o repasse é de responsabilidade da empresa terceirizada, responsável pelas contratações nas praças

Publicado em: 05/01/2023 15:47
Última atualização: 11/01/2024 12:28

Funcionários de praças de pedágios de rodovias como RS-239, em Campo Bom, RS-474, em Santo Antônio da Patrulha, RS-040, em Viamão, e RS-135, em Coxilha, relatam que ainda não receberam os valores referentes ao dissídio que deveria ter sido acrescido aos salários pagos em 2022. Um operador, que preferiu não se identificar, afirma que a situação já aconteceu anteriormente. "Nos primeiros anos, era repassada no final do ano ou no meio do ano a diferença dos salários anteriores. De uns anos para cá, não foi mais feito o repasse". Segundo trabalhadores, o dissídio de 2021 só foi repassado em fevereiro de 2022.

Ele conta que, no início de 2022, foram feitas denúncias e, só depois, a concessionária responsável pelas contratações, a APL Apoio Logístico Eireli, fez os pagamentos referentes ao ano de 2021. Para o ano de 2022, ele relata que o valor de dissídio é de 10,9% sobre o salário. Essa porcentagem não havia sido paga até o início da tarde desta quinta-feira (5).

Funcionários de pedágios de rodovias como RS-239 e RS-474 denunciam atraso no pagamento do dissídio Foto: EGR

Questionada pela reportagem, a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) disse que "os pagamentos à APL, empresa responsável pela operação junto às praças de pedágio de Santo Antônio da Patrulha, Viamão, Coxilha e Campo Bom, estão rigorosamente em dia". A empresa acrescenta que "os repasses de pagamentos aos colaboradores são de responsabilidade da APL e que solicitará mais informações à empresa terceirizada".

Outra pessoa que trabalha em uma praça de pedágio, que também não quis se identificar, conta que esse é o terceiro ano em que ela e colegas não recebem o dissídio. "É muito ruim. As coisas sobem e a gente fica o ano inteiro com o salário defasado". Para ela, o mais difícil é dar conta de todas as contas. "Para se ter uma ideia, eu deixei de pagar o meu IPVA com 20% de desconto por falta de dinheiro, e esse é só um exemplo."

De forma parecida, um terceiro funcionário diz que o atraso no pagamento do dissídio pesa no orçamento. "Sou casado e fica puxado para a minha esposa. Gasto bastante com combustível, comida. É uma coisa que a gente vai contando, ainda mais no final do ano." 

A APL Apoio Logístico Eireli também foi procurada pela reportagem, que não obteve retorno. O espaço está aberto para a manifestação.

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