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SERRA GAÚCHA

CATÁSTROFE NO RS: "Não sei como nos salvamos", diz moradora de Gramado que teve casa atingida por desmoronamento

Por volta de 2 horas, um grande desmoronamento de terra ocorreu, levando árvores e deixando casas soterradas

Fernanda Steigleder Fauth
Publicado em: 02/05/2024 às 15h:01 Última atualização: 02/05/2024 às 15h:46
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Uma madrugada de terror e pânico. Assim foi o início desta quinta-feira (2), para os moradores da Linha Quilombo, no interior de Gramado. Por volta de 2 horas, um grande desmoronamento de terra ocorreu, levando árvores e deixando casas soterradas.

Linha Quilombo atingida por desmoronamento de terra na madrugada de quinta-feira (2)



Linha Quilombo atingida por desmoronamento de terra na madrugada de quinta-feira (2)

Foto: Divulgação

Aline Barp é confeiteira e morava na localidade. Junto de sua residência, tinha seu atelier, onde fazia doces e salgados sob encomenda e a pronta entrega, por venda em aplicativo de delivery. Para ela, será uma noite que nunca será esquecida. “A terra atingiu primeiro a casa da minha irmã. Ela conseguiu sair correndo para estrada e começou a gritar. Foi quando todos levantamos e saímos correndo”, relembra.

Ela recorda que a força e a velocidade com que a terra avançava eram muito rápidas. “Começou a vir árvore, muito lama. Só deu tempo de corrermos para os fundos do sítio e subirmos o outro morro, para tentar chegar na estrada”, comenta. 

As casas de Aline, da irmã, do irmão e dos pais foram atingidas. Todos conseguiram escapar. “Meu sobrinho foi salvo pelo meu pai. Já o sogro da minha irmã precisou ser resgatado pelos bombeiros. Tivemos machucados nas pernas, para conseguir subir os morros, mas não deixamos ninguém para trás. Literalmente fomos nos puxando, para ninguém cair e ninguém ser soterrado”, explica.

A confeiteira, durante a entrevista, apelou para a comunidade que mora nas regiões ribanceiras. “Não sei como nos salvamos, foi horrível. Eu imploro para que as pessoas que moram em áreas de risco, perto de morros, não corram risco, saíam de suas casas. Não desejo para ninguém o que passamos”, lamenta.

“Não temos mais nada”

Atualmente a família foi acolhida por conhecidos, na Pousada do Verde. Infelizmente, perderam tudo durante a tragédia e saíram apenas com as roupas do corpo.

“Não temos mais nada. Onde ficava meu atelier, não tem mais parede. Os bombeiros disseram que não poderemos mais voltar, que teremos que achar outro lugar. Fomos hoje pela manhã novamente, para ver, achávamos que nossa casa, por ser a mais da frente, não teria sido tão afetada. Mas afundou tudo. Eu só tenho vontade de chorar, deixamos e perdemos nossos bichos, não dava tempo de ter salvado eles”, frisa.

Agora, os familiares analisam os próximos passos e para aonde irão. Eles também aceitam a ajuda da comunidade, com doação de roupas, sapatos e itens de higiene pessoal. Cobertas e roupas de cama também serão necessárias.

Masculino, as roupas são tamanho GG e sapatos 38, 39 e 42. Aline tem filho adolescente, que precisa de calçados 38 e 39 e roupas G.

Vestuário feminino, roupa infantil para uma criança de sete anos, e adulto sapatos 38 e 39 e peças tamanho M e G.

Ainda, a irmã de Aline tem um bebê, de dois anos, que além de roupas, precisa de fraldas. As doações podem ser deixadas na pousada, localizada na Rua Tia Rita, número 89.

Veja vídeo do local

Vídeo mostra a Linha Quilombo, onde teve casas soterradas em Gramado
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