Um vereador de Gramado foi conduzido à Delegacia de Polícia Civil na tarde de domingo (12) após discutir e desobedecer um policial militar durante uma abordagem. A ocorrência foi registrada por volta das 16h30, no bairro Mato Queimado.
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Foto: Divulgação
A Brigada Militar (BM) não informa o nome do suspeito, devido à Lei de Abuso de Autoridade. Entretanto, após apuração da reportagem, foi constatado que se trata de Joel Reis (Progressistas).
Abordagem
Conforme consta em registro da BM, policiais militares realizavam uma barreira na Rua Prefeito Waldemar Frederico Weber, quando um veículo Cobalt realizou conversão em local proibido. Viaturas acompanharam o carro, que, ainda, teria cometido outras infrações de trânsito durante o trajeto.
Os brigadianos abordaram o automóvel na Rua Vereador Theodoro Michaelsen. A guarnição solicitou que o condutor colocasse as mãos na cabeça para ser revistado. Ele teria desobedecido. Segundo a BM, teria colocado a mão no bolso para pegar o celular e filmar a ação. Argumentava que “era vereador e advogado e que os policiais não podiam revistar a ele, nem a seu carro”.
De acordo com os policiais, o homem estava alterado e gritava. Para preservar a integridade física do suspeito e da equipe, foi algemado.
O teste do bafômetro, conforme a ocorrência, foi oferecido e recusado pelo parlamentar. Ele foi conduzido ao hospital, para exames de lesão corporal. No local, foi feito exame clínico, que não constatou embriaguez. Em seguida, o vereador foi conduzido para a Delegacia de Polícia de Gramado para registro do boletim.
“Foi uma pequena discussão”
A reportagem entrou em contato com o vereador Joel Reis. Ele confirmou ter sido abordado, mas negou diversos fatos registrados na ocorrência. “O que aconteceu é que me pararam, me abordaram. Eu estava indo para casa do meu sogro e me pararam numa abordagem normal”, comenta. “Mas não dá para inventar, isso é invenção, que eu fugi de blitz, que fui algemado. Foi uma ocorrência de desobediência”, pontua.
Quando questionado sobre a desobediência, o vereador reitera: “Fui parado, não fugi, foi uma pequena discussão. Mas é um assunto entre eu e o policial”, justifica.
Sobre ter sido encaminhado ao hospital, Joel nega. “Eu fui para a delegacia, lá foi registrado desobediência e não teve bafômetro ou blitz, fui desobediente porque discuti com o policial e ele cumpriu com o trabalho dele”, diz.
Em relação aos motivos da discussão, ele explica. “Sou advogado criminalista e não concordei com a conduta, não concordei com a forma, sou uma pessoa de bem, trabalhador, pai de família. Não achei necessidade, sou uma pessoa pública, o policial começou a debochar da minha cara. Mas bem tranquilo, coisa que acontece na vida de qualquer pessoa, mas não cometi crime nenhum”, coloca.
“Falei que era advogado, a gente tem que se identificar na abordagem, tenho minhas prerrogativas como advogado da OAB, uma coisa normal”, argumenta Joel.
Sobre o teste do bafômetro, ele frisa que não foi ofertado. “Se tivesse, eu teria feito também, sem problema nenhum”, acrescenta.
Contato com a Polícia
A reportagem também tentou contato com a Polícia Civil de Gramado para buscar mais informações sobre o registro. Contudo, delegados não estão concedendo entrevistas ou informando detalhes de investigações à imprensa, por orientação da Associação de Delegados de Polícia Civil do RS.
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