ESTILO ENXAIMEL

Ivoti concentra o mais original e intacto assentamento de origem alemã no Estado

Município tem 170 imóveis inventariados. A cidade recebe 300 mil visitantes por ano

Publicado em: 31/01/2024 11:48
Última atualização: 31/01/2024 11:49

Quando se pensa na colonização alemã, para muitos a primeira lembrança são as casas enxaimel.
O Enxaimel, ou Fachwerk, é uma técnica de construção que consiste em paredes montadas com hastes de madeira encaixadas entre si em posições horizontais, verticais ou inclinadas, onde os espaços são preenchidos por pedras ou tijolos ou palha e barro.


Núcleo de Casas Enxaimel de Ivoti Foto: Júlia Taube/Prefeitura de Ivoti


Até as amarras entre as peças de madeira são feitas com pequenas peças de madeira também, imitando pregos. Foi a técnica construtiva possível de realizar diante da realidade da época.

Ivoti é a cidade do Rio Grande do Sul que concentra o maior volume de construções neste estilo, com 170 casas históricas inventariadas, datadas a maioria do século 20. No Brasil, apenas Pomerode, em Santa Catarina, tem número maior de imóveis enxaimel. O destaque fica por conta do Núcleo de Casas Enxaimel, no bairro Feitoria Nova.


Pomerode (SC) Foto: Rota do Enxaimel/Divulgação


Os imóveis que se encontram foram sendo adquiridos aos poucos pelo município, que transformou o espaço no principal palco de eventos da Cidade das Flores. Ivoti, com população de 23 mil pessoas, recebe cerca de 300 mil visitantes anualmente no núcleo.

As casas abrigam hoje em sua maioria moradias e empreendimentos. Junto desse complexo, está localizada a Ponte do Imperador. Ambos foram tombados como patrimônio nacional em 1988, por integrarem o mais original e intacto assentamento de origem da imigração alemã no Estado.

Antes de chegar ao buraco do diabo (nome popular do núcleo), a área central concentra diversos imóveis enxaimel. Entre eles o Salão Holler, na Avenida Presidente Lucena, com 263 metros quadrados, apontado como um dos maiores neste estilo no Estado.


Casa Holler Foto: Inezio Machado/GES

O prédio, originalmente, servia de salão de baile e, sucessivamente, foi transformado em fábrica de tamancos e de selas. Teve utilização 2010, onde lá funcionava um bazar. Foi tombado em 2014, mesmo ano em que foi doado ao município, que deu início ao projeto de restauração.

A primeira etapa, que contempla o novo telhado, estrutura emergencial e parte elétrica provisória já foi finalizada. A revitalização do piso, forro, esquadrias e subtitulação de peças de madeira estão previstas para a segunda etapa da obra.


Continuidade da obra de restauro da Casa Holler depende de projeto para segunda e terceira etapas Foto: Susi Mello/GES-Especial

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