RIO GRANDE DO SUL

Negociação não avança e delegados de Polícia anunciam medida para pressionar governo gaúcho

A partir desta quinta-feira os policiais não vão mais prestar contas à sociedade do trabalho realizado nas delegacias

Publicado em: 20/12/2023 21:35
Última atualização: 20/12/2023 21:35

Pela segunda vez em menos de dois meses, delegados da Polícia Civil do Rio Grande do Sul decidiram em assembleia da categoria adotar uma espécie de lei do silêncio. Eles deixarão de dar entrevistas e atender a imprensa como forma de pressionar o governo do Estado por reajuste salarial.


Delegados reclamam de reunião infrutífera com o governo do Estado Foto: Asdep/Divulgação

A decisão é da noite desta quarta-feira (20) e passa a valer nesta quinta-feira (21). Comunicado da Associação dos Delegados de Polícia (Asdep) diz que "delegados e delegadas que não cumprirem a medida aprovada em assembleia serão submetidos ao Conselho de Ética da entidade".

Segundo a Asdep, na tarde desta quarta-feira houve uma reunião entre a entidade e representantes da Secretaria Estadual de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG). No entanto, a entidade informa que não conseguiu "sequer iniciar uma negociação de valorização salarial".

"Esperávamos uma reunião mais propositiva junto à SPGG, mas não conseguimos nenhum avanço concreto para trazer para nosso associado. Desse modo, colocamos essas questões para a assembleia geral, que decidiu retomar a mobilização. É preciso avançar e receber efetiva consideração por parte do governo", disse o vice-presidente da Asdep, delegado Thiago Albeche.

A entidade diz que recentemente se reuniu com parlamentares e com representantes da Secretaria Estadual de Segurança Pública. "A questão remuneratória tem preocupado nossos associados. Precisamos avançar nisso", defende o presidente da Asdep, delegado Guilherme Wondracek.

Os delegados fazem silêncio para pressionar o governo porque entendem que a gestão Eduardo Leite (PSDB) se utiliza da melhora nos índices de segurança pública para promover a gestão. Na outra ocasião em que os delegados silenciaram, a Chefia da Polícia Civil informou que continuaria repassando informações à imprensa. Mas, na prática, o trabalho jornalístico foi comprometido com a medida, especialmente no interior do Estado.

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