Três semanas inundado

Moradores do Rio Branco se arriscam na água para tentar voltar para casa

Na manhã desta sexta-feira (24), movimento era intenso de pessoas tentando chegar em áreas inundadas desde o início do mês

Publicado em: 24/05/2024 15:40
Última atualização: 24/05/2024 16:03

Em meio ao céu nublado e a chuva, o cenário desolador de ruas e casas inundadas; carros quebrados e abandonados; muros e fachadas caídas permanece inalterado há três semanas no bairro Rio Branco.

Bairro Rio Branco continua com água acumulada nas imediações da Avenida Guilherme Schell Foto: PAULO PIRES/GES

Metade de Canoas segue castigada pelas cheias que atingira o Estado, porém a passagem do tempo vem cobrando duramente quem precisou sair de casa: volta ao trabalho, contas a pagar, escola para as crianças, etc.

Na manhã desta sexta-feira (24), aproveitando que a água recuou mais alguns centímetros, muitos moradores se lançaram na arriscada missão de tentar voltar para casa, sem embarcações, com água pelo joelho.

A vendedora Renata Martins, 34 anos, resolveu encarar um quilômetro e meio de caminhada na água para tentar chegar em casa. Ela disse temer que a casa tenha sido invadida e saqueada durante o período distante.

“Eu só quero ver como está a minha casa”, explica. “Tipo saber se entraram ou não, já que não consegui voltar depois que me abriguei na casa da minha mãe”, relata a trabalhadora. “Eu não posso ficar longe para sempre”.

Já o microempresário Samuel Schuvartz, 27 anos, encarou uma missão de chegar até a floricultura que mantinha no bairro, após uma seguradora exigir imagens do local da inundação.

“Não se salvou nada do negócio, mas preciso ir lá até para garantir a comprovação que a área foi atingida completamente pela água”, esclarece. “Eu não tenho ideia como recomeçar”.

Conforme antecipado pelos institutos de meteorologia, o retorno da chuva aconteceu ainda na madrugada de quinta-feira (23). As marcas atingiram 90,9 milímetros em um intervalo de 13 horas, conforme a Prefeitura de Canoas.

O volume, segundo o Escritório de Resiliência Climática (Eclima), representa quase a média histórica para todo o mês de maio, que é de 112,8 milímetros. Isso fez aumentar a quantidade de água na cidade.

“A água tinha baixado um pouco, mas voltou a aumentar”, lamenta o comerciante Adriano Fraga. “A gente já estava pensando que daria para abrir o armazém de novo na segunda-feira, mas voltou a encher e desistimos”, lamentou o trabalhador de 56 anos.

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