Prejuízo

Há quem esteja se valendo dos entulhos para tentar mobiliar a casa em Canoas

Situação crítica após baixar a água tem levado parte da população a procurar no lixo itens que podem ser salvos

Publicado em: 22/05/2024 16:45
Última atualização: 22/05/2024 16:46

Já era uma consequência esperada: com a água baixando em Canoas, o que restou são toneladas de entulhos que estão sendo acumulados pela população atingida nas calçadas e até mesmo nas vias públicas da cidade.

Material retirado de montanhas de entulhos está sendo recolhido no bairro Fátima Foto: PAULO PIRES/GES

A Prefeitura de Canoas organizou um força-tarefa para remover o material, com homens e máquinas trabalhando em média quase 12 horas por dia para dar conta do serviço, no entanto, há quem chegue aos entulhos antes deles.

Impedidos de trabalhar durante o período de cheias que tomou o lado oeste de Canoas, os catadores reapareceram e têm sido vistos, principalmente, nos bairros Fátima e Rio Branco neste início de semana sem chuvas.

A ideia é aproveitar a pausa das chuvas para garantir o sustento o mais breve possível. Isso porque aquilo conhecido como lixo para a maioria acaba se tornando matéria-prima para a parcela da população que vive de material descartado.

O reciclador Émerson Alves, 44 anos, deixou a pequena casa em que vive no bairro Mato Grande para coletar metal no bairro Fátima. Acabou pegando também materiais que vão mobiliar a moradia igualmente atingida pela cheia.

“Tem muita coisa que estão jogando fora que dá para aproveitar”, explica. “A gente só tem que ser rápido, porque o caminhão do entulho está jogando tudo para dentro sem selecionar nada”.

Conforme um operário ouviu pela reportagem, que presta serviço de limpeza após a cheia, a meta é mesmo garantir a limpeza rápida das áreas atingidas sem observação do que está sendo jogado fora.

“Não sei se é televisão estragada ou colchão molhado”, argumenta o operário Gilnei Padilha. “O negócio é botar tudo para cima do caminhão e partir para o próximo ponto bem rápido”, completa o trabalhador de 34 anos.

Mesmo não sendo catador ou reciclador, Daniel Gonçalves observa os entulhos alheios mirando alguma coisa que possa aproveitar na própria casa combalida após a cheia no bairro Fátima.

“Às vezes pode ser uma coisa pequena, como uma louça, ou grande, igual uma cadeira, mas para quem não tem nada, sempre dá um jeito de conseguir uma coisinha que possa ser reaproveitada”, destaca o moto entregador de 38 anos.

Gostou desta matéria? Compartilhe!
Matérias Relacionadas