Guajuviras

"Minha mulher teve três infartos e morreu dentro da UPA", diz marido de Andreia

Familiares da comerciante Andreia Lemos dos Santos protestam para que outras pessoas não sofram com demora no atendimento em Canoas

Publicado em: 29/04/2024 15:04
Última atualização: 29/04/2024 15:42

Familiares e amigos de Andreia Lemos dos Santos, 32 anos, que morreu dentro da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Boqueirão no dia 20 de abril, fizeram um protesto contra o atendimento recebido pela moradora do bairro Guajuviras. "Ela não teve o atendimento e a atenção que merecia da Saúde. Foi muita espera. Só tinham oito pessoas na frente dela e mesmo assim levaram quatro horas para o atendimento", comenta o marido, Diego Lauchsen, 43 anos.

Familiares e amigos de Andreia Lemos dos Santos, 32 anos, que morreu dentro da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Boqueirão no dia 20 de abril, fizeram um protesto contra o atendimento recebido pela moradora do bairro Guajuviras. Foto: Arquivo pessoal

Ele conta que Andreia chegou com náuseas, fraqueza e que tinha tido vômitos e desmaio em casa. "Ficamos das 2 até as 6 horas para ser atendido por um médico. Isso que o movimento estava fraco. Ela foi medicada e fomos pra casa. No mesmo dia, às 13h30, voltamos, pois a pressão dela estava muito baixa (8x4) e com muita palidez", diz. A comerciante do bairro Guajuviras, segundo à família, entrou para a sala vermelha da UPA Boqueirão com quadro de desidratação, por volta das 18h30. "Não foi investigado se havia outra situação. Trataram como se fosse dengue com Dipirona e soro. Segundo os médicos, o exame de sangue dela estava bom. Minha mulher teve três infartos e morreu dentro da UPA", lamenta. 

Segundo informações da Secretaria Municipal da Saúde, o resultado do exame para a detecção da dengue pode levar até 15 dias para sair o resultado. Sobre a paciente, a Prefeitura informou que "a paciente entrou no dia 20/4, às 2 horas, e foi atendida pela equipe médica, que fez a prescrição de medicamentos. Após apresentar melhora, a paciente foi liberada, por volta das 6 horas. Retornou às 13h30 com piora, sendo novamente atendida. Ás 18 horas, após apresentar nova piora, foi encaminhada para a sala vermelha, fez reidratação e, no início da madrugada, teve três paradas cardíacas, vindo a óbito."  

Lauchsen explica que o protesto é para que outras pessoas não passem pelo que passamos. "Temos uma filha de 10 anos. Vamos procurar a Justiça, pois não é possível esse descaso com a população", comentou o representante autônomo. 

A IB Saúde, responsável pela gestão da UPA Boqueirão, informou que "a paciente, jovem, faleceu por conta das complicações dos sintomas do próprio vírus da dengue. A UPA executou todos os procedimentos possíveis, mas devido ao estado da paciente, resultou em óbito. Informamos que não houve qualquer manifestação negativa em frente à Unidade, mas uma oração em grupo da parte dos amigos e parentes em prol dela e das vítimas que ainda podem incidir devido à gravidade dos casos que estão surgindo em todo o Estado."

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