Uma denúncia anônima levou a Polícia Civil de Canoas, na quarta-feira (1º), ao Peugeot 307 apontado como o carro envolvido no atropelamento com morte de uma idosa no último dia 23, na Rua Florianópolis. Após a localização do veículo no pátio de uma casa no bairro Mathias Velho, o motorista responsável por atropelar Maria Verci Cunha dos Santos, de 69 anos, entregou-se à Polícia.
De acordo com a investigação, conduzida pela 1ª Delegacia de Polícia (DP) da cidade, o condutor trata-se de um homem de 27 anos que não tinha licença para dirigir. O delegado Marco Guns relata que, no momento do atropelamento, ele levava a filha de 15 anos a um culto religioso; a idosa saía de uma igreja.
“Desde o início, imaginamos se tratar de um morador do próprio bairro Mathias Velho envolvido com o crime”, afirma o delegado. “Corremos para a casa após receber uma denúncia, e encontramos um veículo com as características do Peugeot 307 que estávamos procurando. Ele estava sem capô e com o vidro da frente quebrado.”
Como não havia uma ordem de prisão expedida contra o suspeito na manhã de quarta-feira (1º), os policiais conversaram e alertaram parentes do motorista sobre a seriedade da situação. Horas depois, ele acabou se apresentando, com um advogado, na sede da 1ª DP, para prestar esclarecimentos.
“A primeira coisa que descobrimos é que ele nunca se envolveu em um crime”, aponta Guns. “Ele tem uma condição de saúde delicada e nunca teve autorização para dirigir”, continua. “Embora estivesse bastante arrependido e houvesse um sofrimento familiar desde o acidente, não procurou antes a Polícia por medo de ser preso.”
De acordo com o delegado, não há como negar que o condutor assumiu o risco ao dirigir o veículo naquela noite, razão pela qual pode responder por homicídio doloso no trânsito – quando o motorista assume o risco de matar. Isso, contudo, ainda será avaliado. “Há uma série de fatores que vamos avaliar ainda antes de fechar o inquérito. Então, não é possível dizer se ele vai responder por dolo ou não”, frisa.
Colaboração da comunidade
O delegado Marco Guns não deixa de ressaltar a importância da colaboração da comunidade para a identificação do motorista. A apuração estava concentrada em correr atrás de todos os carros Peugeot 307 de cor prata, emplacados entre 2005 e 2007, encontrados em um determinado perímetro da região metropolitana. Quatro veículos já tinham sido apreendidos.
“Acredito que levaríamos pelo menos dez dias a mais para chegar ao responsável pelo atropelamento, não fosse a colaboração da comunidade”, avalia o delegado. “Só temos a agradecer à população, que fez a diferença e colaborou decisivamente para que chegássemos ao paradeiro do suspeito.”
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