SOLIDARIEDADE

CATÁSTROFE NO RS: Atlético Veterano atende a mais de 2 mil vítimas da enchente em Novo Hamburgo

Clube do bairro Canudos tem distribuído roupas, alimentos, água e produtos de limpeza e higiene

Publicado em: 09/05/2024 20:41
Última atualização: 10/05/2024 08:42

Desde a quinta-feira (3), a diretoria do Atlético Clube Veterano, do bairro Canudos, em Novo Hamburgo, auxiliada por voluntários, tem assistido a centenas de famílias que foram severamente impactadas pela maior catástrofe da história do Rio Grande do Sul. Até essa quinta-feira (9), uma semana após iniciarem os trabalhos, mais de 1.200 cestas básicas foram entregues, além de muitas roupas e produtos de higiene.


Doações sendo entregues Foto: Dário Gonçalves/GES-Especial

De acordo com o presidente do clube, Luís Tucho, ações como essa já foram feitas em outras ocasiões, como nas demais enchentes e na pandemia. Mas desta vez, o cenário foi absolutamente diferente. “Quando há qualquer tipo de anormalidade, a gente tenta devolver à comunidade o apoio que eles nos dão, só que agora é um trabalho que nunca tinha sido necessário. São muitas pessoas precisando de ajuda”, conta.

Para fins de organização, os afetados precisam dirigir-se ao clube e fazer um cadastro. Feito isto, os próprios voluntários levam os alimentos, água e produtos de higiene até a casa das pessoas. No caso das roupas, basta chegar até o Veterano, localizado na rua Tirol, e pegar o que for necessário. “Nós recebemos muitas doações, por isso, roupas e calçados podem ser retirados à vontade, mas claro, com consciência", explica Volmir Leandro Mittmann.

Moradores precisam ir ao clube para fazer o cadastroDário Gonçalves/GES-Especial
Voluntários separam roupas para doaçõesDário Gonçalves/GES-Especial
Voluntários separam roupas e calçados para doaçõesDário Gonçalves/GES-Especial
Voluntários separam roupas para doaçõesDário Gonçalves/GES-Especial

Com a caçamba da caminhonete cheia, a equipe sai às ruas para fazer as entregas de quem se cadastrou. Na rua Presidente Costa e Silva, local de entregas na tarde desta quinta-feira (9), a cada pessoa cadastrada que chegava para receber suas doações, outras tantas chegavam para fazer pedidos. “Nós precisamos fazer esse cadastro para ter um controle e poder atender a todos. Tem gente que vai em duas, três pessoas tentando receber os kits, por isso a gente pede os endereços. Outras pessoas, infelizmente tentam se aproveitar, querem se cadastrar mas não foram atingidos, tem até quem quer pegar para tentar vender”, detalha Carlos Santos, também membro da diretoria.

Volmir Mittmann, Luís Tucho e Carlos SantosDário Gonçalves/GES-Especial
Moradores recebem suas doaçõesDário Gonçalves/GES-Especial
Moradores recebem suas doaçõesDário Gonçalves/GES-Especial
Moradores recebem suas doaçõesDário Gonçalves/GES-Especial
Moradores recebem suas doaçõesDário Gonçalves/GES-Especial
Moradores recebem suas doaçõesDário Gonçalves/GES-Especial
Marisa e Marlise receberam seus kitsDário Gonçalves/GES-Especial
Diretoria do Atlético VeteranoDário Gonçalves/GES-Especial

Além disso, o clube tem feito mais de mil marmitas por dia, divididas entre almoço e jantar, para levar a abrigos e pessoas necessitadas. Também cerca de 250 lanches que são entregues pela manhã. “Com as doações que temos, queremos entregar pelo menos mais mil cestas básicas. Mas para isso, necessitamos de doações de azeite, sal e açúcar, além de água e kits de limpeza e higiene”, complementa Mittmann.

“Fomos atingidos por um tsunami”

Como em tantos locais, o cenário da rua Presidente Costa e Silva, no bairro Canudos é de destruição total. Escombros formados por móveis, eletrodomésticos, roupas, entre tantos itens pessoais, ocupam as calçadas e as vias em uma altura superior à que a água chegou. Em muitas casas, isso significa o teto. Marisa dos Santos Andrade, 40 anos, e Marlise Teresa de Campos, 45, receberam as cestas básicas do clube e os produtos de limpeza para tentar um recomeço.

Vizinho delas, Milton Juarez Kolling, 60, já não tem praticamente mais nada dentro de sua casa. O que era seu, agora acumula-se em frente à residência. "Parece que fomos atingidos por um tsunami, por uma guerra. Nunca esperamos que algo assim acontecesse, quando a água vinha, era no máximo 10 cm, agora ela cobriu minha casa. Não sei por onde recomeçar”, desabafa.

Na frente de casa, tudo o que já foi seuDário Gonçalves/GES-Especial
Milton Kolling mostra que teria ficado submerso se não tivesse saído de casaDário Gonçalves/GES-Especial

Marlene Rodrigues da Silva, 35, mora sozinha com o filho de 1 ano e 2 meses. Felizmente, ambos saíram de casa a tempo, mas ao retornarem, na quarta-feira (8), o choque foi grande. “Quando vi minha casa destruída, eu perdi as forças, quase desmaiei. É muito difícil ver tudo isso”, relata. Nesta quinta, Marlene contou com a ajuda de voluntários para limpar sua casa. “Se não fossem por eles, não sei o que eu faria neste momento sozinha”, finaliza.

Cenário de destruição pelas ruasDário Gonçalves/GES-Especial
Cenário de destruição pelas ruasDário Gonçalves/GES-Especial
Mamadeira de destaca entre os descartesDário Gonçalves/GES-Especial
Carro ficou completamente submersoDário Gonçalves/GES-Especial
Cenário de destruição pelas ruasDário Gonçalves/GES-Especial
Voluntários auxiliam na limpeza das casasDário Gonçalves/GES-Especial
Marlene da Silva com o filho após perder tudo o que tinhaDário Gonçalves/GES-Especial
Cenário de destruição pelas ruasDário Gonçalves/GES-Especial
Cenário de destruição pelas ruasDário Gonçalves/GES-Especial
Cenário de destruição pelas ruasDário Gonçalves/GES-Especial
Cenário de destruição pelas ruasDário Gonçalves/GES-Especial
Cenário de destruição pelas ruasDário Gonçalves/GES-Especial
Cenário de destruição pelas ruasDário Gonçalves/GES-Especial
Cenário de destruição pelas ruasDário Gonçalves/GES-Especial

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