RETIRADA DA ÁGUA

CATÁSTROFE NO RS: Prefeitura estima prazo para ter bombeamento compatível à Casa de Bombas em Novo Hamburgo

Uma bomba locada será instalada nesta quinta-feira (23) e outras três na sexta

Publicado em: 22/05/2024 20:10
Última atualização: 22/05/2024 20:37

Chegou na tarde desta quarta-feira (22) em Novo Hamburgo, uma das 18 bombas emprestadas ao Estado pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) para fazer a retirada da água presente na Vila Palmeira, no bairro Santo Afonso. O equipamento foi trazido em dois caminhões do Exército ao pátio da Prefeitura, onde será montada nesta quinta-feira (23) para, então, ser levada junto à Casa de Bombas.


Motores sendo retirados da Casa de Bombas Foto: Dário Gonçalves/GES-Especial

De acordo com o engenheiro Ricardo Al Alam, diretor de Esgotos Pluviais da Prefeitura de Novo Hamburgo, a montagem depende de técnicos da própria Sabesp e, por isso, o início da retirada da água será na sexta-feira (23). “Neste momento, os flaps da Casa de Bombas estão escoando por gravidade, e isso já fez com que a água baixasse quase dois metros de água. As bombas são fundamentais para tirar essa água da cidade”, comenta. 

Engenheiro Ricardo Al AlamDário Gonçalves/GES-Especial
Bomba NHPrefeitura de Novo Hamburgo
Bomba da Sabesp chegou ontem, será montada hoje e retirada da água deve começar sextaPrefeitura de Novo Hamburgo/Divulgação

Antes disso, nesta quinta-feira, será colocada uma primeira bomba, que foi locada, e iniciará a retirada de dois mil litros de água por segundo, conforme Al Alam.

Na sexta, além da bomba da Sabesp, deverá entrar em operação também outras duas bombas cedidas por empréstimo de um grupo de arrozeiros da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), que estão sendo transportadas para Novo Hamburgo. “Até o final de semana, estaremos com uma capacidade de bombeamento bem próxima da capacidade da Casa de Bombas, que se encontra em estado lastimável”, acrescenta o engenheiro.

Conserto na Casa de Bombas

Também nesta quarta-feira (22), a Prefeitura iniciou a limpeza e retirada de argila da Casa de Bombas. Os painéis elétricos, que acionam os motores, foram danificados e precisam ser retirados para o conserto. Além disso, os motores das bombas também precisaram ser retirados parar secagem e conserto.

Motores sendo retiradosDário Gonçalves/GES-Especial
Com recuo das águas, restou destruição na Casa de BombasDário Gonçalves/GES-Especial
Argila e lama toma conta da Casa de BombasDário Gonçalves/GES-Especial
Argila e lama toma conta da Casa de BombasDário Gonçalves/GES-Especial
Argila e lama toma conta da Casa de BombasDário Gonçalves/GES-Especial
Argila e lama toma conta da Casa de BombasDário Gonçalves/GES-Especial

Conforme a Administração, a argila que integra o dique se espalhou com força na parte danificada e foi levada pelas águas para dentro da Casa de Bombas e para a bacia do Arroio Gauchinho.

“Os nichos onde estão os motores estão cheios de argila e lodo, o que dificulta ainda mais o trabalho. Os motores não ficaram apenas encharcados, mas também envoltos nesta argila. Partes dos painéis elétricos também ficaram embarrados”, lamenta o diretor Al-Alam.

Ao lado da Casa de Bombas, está sendo escavada uma bacia de pelo menos 15 metros por 20, e três metros de profundidade para a instalação das bombas temporárias submersas e flutuantes.

“Infelizmente, os danos causados pelo solapamento do dique no lado de São Leopoldo são muito maiores do que havíamos pensado inicialmente. Não podemos cometer a irresponsabilidade de prometer quando não haverá mais água na Santo Afonso, porque vai voltar a chover”, finaliza o engenheiro.

Bacia escavada para receber as novas bombasDário Gonçalves/GES-Especial
Motores sendo retirados da Casa de BombasDário Gonçalves/GES-Especial
Motores sendo retirados da Casa de BombasDário Gonçalves/GES-Especial
Local terá que passar por reconstruçãoDário Gonçalves/GES-Especial
Cenário de catástrofe junto à Casa de BombasDário Gonçalves/GES-Especial
Local terá que passar por reconstruçãoDário Gonçalves/GES-Especial
Região da Casa de Bombas segue alagadaDário Gonçalves/GES-Especial

Expectativa pela volta para a casa

Morador da Rua Eldorado, junto ao Arroio Gauchinho, o presidente da Associação dos Moradores da Vila Palmeira, Gilvânio Silva, 36, diz que tem orientado os moradores a limparem suas casas e retirarem os móveis e entulhos, mas que ainda não retornem para fica.

“Voltar para casa é uma coisa meio complicada, nós nunca esperávamos que a água chegasse onde chegou. A nossa expectativa é voltar assim que tiver uma segurança total no dique. Porém tem essa chuva grande no final de semana, então essa vai ser nossa margem para verificar se tem possibilidade de todo mundo voltar ou não”, comenta.

Casas ao lado do Arroio Gauchinho foram destruídasDário Gonçalves/GES-Especial
Casas ao lado do Arroio Gauchinho foram destruídasDário Gonçalves/GES-Especial
Casas ao lado do Arroio Gauchinho foram destruídasDário Gonçalves/GES-Especial
Casas ao lado do Arroio Gauchinho foram destruídasDário Gonçalves/GES-Especial
Presidente da Associação dos Moradores da Vila Palmeira, Gilvânio SilvaDário Gonçalves/GES-Especial

A água ocupa cerca de um metro e meio de sua casa, depois de chegar ao teto. Cenário parecido ocorreu na residência de sua mãe, que vive na rua Harmonia. Cada um segue abrigado na casa de outras pessoas e agora vivem a expectativa de ver a água, finalmente, deixar o seu bairro após quase um mês.

 

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