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DEZEMBRO VERMELHO

HIV/AIDS: Novo Hamburgo está entre as cidades com maior índice de infecções

No ranking nacional, dos municípios do Rio Grande do Sul com mais de 100 mil habitantes para esse mesmo período, o município está no 33º lugar

Susete Mello
Publicado em: 13/12/2023 às 03h:00 Última atualização: 13/12/2023 às 13h:48
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Novo Hamburgo está na lista do ranking dos 100 municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes que apresentou maior índice de HIV. Os dados de 2018 a 2022 levam em consideração as taxas de detecção na população, mortalidade e registros em menores de cinco anos de idade, conforme Boletim Epidemiológico do HIV e da aids, lançado no início deste mês.

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Testes rápidos podem ser feitos nos postos e no SAE | Jornal NH



Testes rápidos podem ser feitos nos postos e no SAE

Foto: Susi Mello/GES-Especial

No ranking nacional, dos municípios do Estado com mais de 100 mil habitantes para esse mesmo período, o município está no 33º lugar. No Rio Grande do Sul, Porto Alegre tem o maior índice e é a capital com o maior índice. Na lista ainda constam Canoas (2º), Gravataí (7º), Bagé (44º), Pelotas (64º) e Passo Fundo (81º).

Conforme dados apresentados no boletim referentes aos dois últimos anos do levantamento, 83 pessoas morreram por conta da doença em Novo Hamburgo: 36 em 2022 e 47 em 2021. O Município registrou 68 casos de aids notificados em 2022, contra 72 em 2012.

Homens e pessoas brancas lideram os casos. Em 2022 foram 42 homens e 26 mulheres e em 2021 foram 40 homens e 32 mulheres. O boletim apresenta ainda que 78% dos casos de aids em 2022 foram em pessoas brancas, 18% em pardas e 4% em pretas. No ano de 2021, 59,6% dos casos foram em brancos, 19,2% pardos e 7,7% pretos.

Fatores

Conforme a coordenadora do Serviço de Atendimento Especializado (SAE), Ivone Marlow do Nascimento, o aumento dos índices de diagnóstico se dá por ações de prevenção e conscientização ao diagnóstico precoce associado à oferta de testes rápidos e autoteste em todo Município. “Se testar e diagnosticar tem possibilidade de tratamento e rompimento da corrente de contaminação”, sublinha Ivone.

Outros fatores, apontados pela coordenadora, são a quantidade de clínicas e comunidades de reabilitação para dependentes químicos e a existência do presídio. A alta rotatividade de detentos, pontua, contribui para aumento das estatísticas.

“O SAE faz ações extramuros nas clínicas de reabilitação e também no presídio, sendo uma população chave. A gente sabe que usuários de droga e detentos são uma população chave para a questão do diagnóstico. Por isso, quando citamos esses dois locais é onde se encontram populações chave e onde o SAE testa, com uma probabilidade maior de testes positivos”, explica.

Espaço para qualificar políticas públicas

Segundo Ivone, ações são realizadas com foco na prevenção da doença. Ela cita a obra da nova sede do SAE, com mais de 60% de conclusão, no cruzamento das ruas Magalhães Calvet e a Joaquim Nabuco, no Centro, e o fortalecimento com políticas públicas na rede pública de saúde, tanto quanto ao diagnóstico, como no tratamento.

“Através do SAE, há o fortalecimento de uma equipe multidisciplinar para o atendimento e acompanhamento dos pacientes, sempre com o foco na prevenção, estendendo as ações cada vez mais aos mais diversos públicos”, acrescenta a gestora.

A Secretaria Municipal de Saúde oferta os testes rápidos e autoteste em toda rede de saúde do município, também nas maternidades pública e privada. Além dos mais, a pasta distribui gratuitamente os preservativos. Ações de testagem são realizadas em escolas e empresas, palestras em diversos espaços e oferta de material informativo.

O que fazer

A pessoa com a doença deve sempre manter o vínculo com uma unidade de saúde ou com o SAE. O paciente deverá sempre realizar as coletas específicas ao HIV, pelo menos duas vezes ao ano ou por orientação médica e manter uso diário de antirretrovirais conforme a orientação médica.

No SAE, a testagem feita é de HIV, sífilis, hepatites B e C. “São quatro testes e o resultado sai em 15 minutos”, explica a enfermeira Cristina Cruz. Em caso positivo, é iniciado o acompanhamento médico.

Virologista alerta homens e jovens para redobrar atenção com prevenção

Homens e jovens precisam ficar atentos às medidas preventivas contra a aids. O alerta vem do virologista e pró-reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão da Universidade Feevale, Fernando Spilki, que aborda dois fatores diante do aumento dos índices de HIV.

Um deles é a questão das linhagens circulantes do vírus HIV, causador da aids, que vem se modificando na região, o que pode estar relacionado ao agravamento dos casos, e o outro, mais preocupante, é quanto às atitudes de prevenção do hospedeiro do vírus.

Segundo ele, as cadeias de transmissão se dão com o tráfego de pessoas entre as cidades. “Estamos na Região Metropolitana que, ao longo da história, sempre teve alta dispersão do HIV e observamos a continuidade desse processo.”

Após o período da pandemia, onde houve menos relações sexuais desprotegidas, um novo conjunto de transmissões começa se abrir. E é diante desse aspecto que a presença da doença em pacientes jovens, especialmente no sexo masculino, vem chamando atenção.

Há um descuido com a prevenção e, por isso, o alerta é manter o esforço para realização de testagem, fazer o uso de preservativo, procurar os serviços de saúde para evitar que o vírus se instale e, se desconfiarem de um contato de risco, não deixar de buscar tratamento.

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