SÃO LEOPOLDO

50 redes de pesca já foram retiradas do Rio dos Sinos nesta piracema

Pesca com o material é proibido do início de novembro ao fim de janeiro, período de reprodução dos peixes, e fiscalizações aumentam para coibir a prática

Publicado em: 11/01/2024 10:00
Última atualização: 11/01/2024 10:34

Pelo menos até o final do mês de janeiro, as ações de fiscalização do Grupamento de Defesa Ambiental (GDA) Ipson Pavani, da Guarda Civil Municipal (GCM) de São Leopoldo, em conjunto com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semmam) seguem intensas no Rio dos Sinos e suas margens. Isso para evitar a pesca irregular no Período de Defeso, também chamada de piracema, época de reprodução dos peixes, que começa em 1º de novembro e vai até 31 de janeiro por aqui.

Na última fiscalização, GDA e Semmam recolheram 15 redes de pesca no Rio dos Sinos, em São Leopoldo Foto: Divulgação/GDA

Durante esse período, a pesca com redes, possibilitando a captura de vários peixes ao mesmo tempo, está suspensa e, se realizada, é considerada crime ambiental. Por isso, os agentes atuam na apreensão de materiais do tipo. Conforme os órgãos, de novembro até agora, cerca de 50 redes já foram apreendidas no Rio dos Sinos – mais que o dobro do registrado em todo o período de piracema de 2022 para 2023, quando 23 redes foram recolhidas.

Cheia e seca

Chefe do Departamento de Monitoramento Ambiental da Semmam, João Chaves explica que o aumento se dá pelo fato de o nível do rio estar mais alto atualmente, com as chuvas registradas nos últimos meses do ano, oportunizando que os interessados coloquem suas redes para pescar. “A apreensão foi menor no ano passado, porque tivemos seca, então o rio tinha pouca água para os peixes subirem e o pessoal não conseguia colocar as redes. Quando o rio enche o pessoal aproveita para colocar rede, porque o peixe sobe de outros rios para desovar nas cabeceiras”.

Somente na quinta-feira (4) passada, os agentes do GDA e a equipe da Semmam apreenderam 15 redes de pesca que estavam de maneira imprópria no Rio dos Sinos. Os equipamentos foram recolhidos e destruídos.

O que é proibido usar para a pesca nesse período

Agente do GDA, Vanderlei Ferreira da Silva é um dos que atua nas fiscalizações. Ele salienta que durante esses meses só é permitida a pesca amadora com linha e portando só um anzol. "É proibido a pesca usando redes, tarrafas, espinhel, boia louca e o uso de barco a motor", listou, falando ainda sobre as áreas abrangidas pelas ações, que não se limitam ao Rio dos Sinos propriamente. “Também são fiscalizadas as áreas de proteção permanente que estão junto ao rio, que são as alagadas pelas cheias, os nossos famosos banhados”.

Ferreira também comenta que não é fácil pegar os responsáveis pelas redes em flagrante. “Eles armam as redes e escolhem um horário para vir vistoriar, e, se tiver alguém perto, eles falam que não são deles, que estão só passando por ali”, relata, reforçando que as redes, então, são recolhidas e os peixes que por ventura estiverem nelas, devolvidos ao rio.

O GDA conta com um efetivo de 6 agentes da Guarda Municipal, que são divididos em três duplas para a realização das ações. Durante a piracema, as fiscalizações não têm periodicidade para acontecer, mas normalmente ocorrem a cada semana.

Redes encontradas pela GDA e Semmam durante o período de piracema são recolhidas e destruídasDivulgação/GDA
Redes encontradas pela GDA e Semmam durante o período de piracema são recolhidas e destruídasDivulgação/GDA

Rio tem variedade de espécies

João Chaves também ponderou que não há muitos pescadores profissionais na região do Sinos e, os que o fazem, já conhecem, são experientes e são ressarcidos pelo governo durante a piracema. “Esse período é específico para isso, para reprodução. É o período fértil para os peixes”, disse, lembrando a importância do cuidado nessa época.

Além disso, as ações ajudam a manter a variedade de peixes que surgem no Rio dos Sinos. “Tem muita (espécie) aqui. Até dourado, que é ameaçado de extinção, conseguimos tirar dois das redes aqui. Temos piava, vários peixes de água doce na nossa região, embora ainda tenha poluição no Sinos. E muitos peixes migratórios, que não se criam aqui, mas sobem para cá para desovar”.

Garantia da vida aquática

Titular da Semmam, Anderson Etter ressaltou a importância de coibir a pesca com redes para a garantia da vida aquática no período da piracema. “Ela (a suspensão) se dá por ser considerado período crítico do ciclo de vida aquático. Por ser período de reprodução, os peixes acabam formando cardumes, então ficam mais vulneráveis para a captura”, colocou.

“Esse olhar em relação ao nosso manancial se dá no sentido que possamos garantir equilíbrio a todas as formas de vida, e a vida aquática também está nesse conjunto de ações. A Semmam atua com seus servidores a fim de poder atender e garantir que nosso rio seja preservado como sendo nosso maior patrimônio ambiental”, completou o secretário.

Denúncias de pesca com redes no período de piracema, podem ser repassadas à GCM, pelo 153, ou pelos canais da Semmam: (51) 2200-0640 / e-mail: fiscalizacaosemmam@saoleopoldo.rs.gov.br.

 

 

 

 

 

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