SÃO LEOPOLDO

Estudantes se mobilizam para ajudar a conscientizar sobre a dengue

Turmas da Escola Villa Lobos saíram as ruas para informar sobre a doença

Publicado em: 12/03/2024 10:14
Última atualização: 12/03/2024 10:18

Uma aula diferente e focada na cidadania. Unidos na luta contra a dengue, estudantes da Escola Estadual Villa Lobos, do Centro de São Leopoldo, se mobilizaram para sair às ruas, levar informações sobre a doença e conscientizar a população da necessidade de limpeza de seus pátios para evitar a proliferação do mosquito Aedes Aegypti.

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Quatro turmas da Escola Villa Lobos participaram da mobilização Foto: Priscila Carvalho/GES-Especial

Com instrumentos musicais, banners e panfletos, os alunos passaram pela Rua Independência, chamando a atenção para o tema. Na esquina com a Avenida João Corrêa, eles também distribuíram material informativo para os veículos que paravam na sinaleira.

Quatro turmas de segundos e terceiros anos do Ensino Médio da instituição, totalizando cerca de 70 alunos, acompanhados por quatro professoras, participaram da ação, que teve ainda o apoio da Guarda Civil Municipal (GCM).

Manifesto

“Eles estão fazendo um manifesto contra a dengue, para reagir e incentivar a população de São Leopoldo a olharem suas casas”, explicou a professora de Biologia da escola, Ana Cláudia da Silva Triches, destacando que os estudantes estão trabalhando sobre a doença há cerca de duas semanas, para conhecerem melhor sobre seus sintomas e cuidados. “Nós tivemos mais de 10 alunos que já tiveram dengue só esse ano, sem contar pais e familiares”, mencionou. “Isso é uma forma de reivindicar, de mostrar para a população que precisamos agir juntos, porque não adianta eu fazer a minha parte e outra pessoa não fazer a dela”.

Para tanto, a escola fez uma parceria com a prefeitura leopoldense, que forneceu material de divulgação e indicou o semáforo da Avenida João Corrêa para que os alunos pudessem repassar o que aprenderam. “É uma escola estadual que está fazendo essa parceira com a prefeitura e com a GCM, para a gente tentar diminuir isso o máximo possível”, ressaltou Ana Cláudia.

Educação para acabar com a desinformação

Estudante do 3º ano do Ensino Médio, Julia Donatti, 17 anos, lembrou que há um surto de dengue na região e que isso motivou a ação das turmas participantes. “Sentimos que estava sendo pouco falado sobre isso e com pouco investimento em saúde e informação”, comentou, opinando que as pessoas desconhecem alguns cuidados envolvendo a dengue. “Muita coisa nova entrou, muita coisa nova tem que ser informada e as pessoas não estavam tendo essas informações. Por isso, decidimos fazer essa mobilização e vir pras ruas, para talvez ajudar a diminuir os casos”, completou.

“É por onde tem que começar: pela educação primeiro, para podemos levar para as casas das pessoas”, acrescentou a aluna do 2º ano, Rafaela Venturini Pons, 16 anos. Para ela, é importante falar sobre os cuidados com o público mais vulnerável, como idosos, gestantes e crianças. “Focamos bastante nessas minorias, para podemos levar o conhecimento para nossas casas e começarmos uma conscientização, passar as informações e acabar com a desinformação.”

Mobilização da Escola Villa Lobos contra a dengue - alunos entregaram panfletos a motoristasPriscila Carvalho/GES-Especial
Estudantes da escola Villa Lobos entregaram panfletos para motoristas na sinaleiraPriscila Carvalho/GES-Especial
Mobilização da Escola Villa Lobos contra a dengue - alunos entregaram panfletos a motoristasPriscila Carvalho/GES-Especial
Mobilização da Escola Villa Lobos contra a dengue - Otávio, Júlia, Rafaela, Thayllana e CamillyPriscila Carvalho/GES-Especial

Turmas se aprofundaram no assunto

Para facilitar a aprendizagem sobre o tema, a professora propôs didáticas diferentes às turmas, que se aprofundaram no assunto. Na turma de 3º ano onde estuda Otávio Damasceno, 17 anos, uma atividade coletiva focada nos sintomas e problemas da dengue foi realizada. “Minha turma focou bastante em resolver o problema a curto prazo. Fizemos um trabalho pra ver como as pessoas lidavam com isso e muitas acabaram contando que se automedicavam, que deixavam passar com descanso, o que é errado!”, lembrou, citando ainda um jogo de perguntas e respostas feito em sala de aula. “A professora fez um quiz com perguntas sobre a dengue e assim conseguimos conscientizar mais parte da turma”.

Na turma de 2º ano das colegas Thayllana da Costa e Camilly Vitória Martins Rodrigues, ambas de 16 anos, o foco foi voltado às crianças. “Na nossa turma, achamos métodos para proteger as crianças de menos de 2 anos, que não podem usar repelente. Sugerimos então, o funcho. Deixar uma mudinha de funcho afasta o mosquito, por isso a gente sugere deixar na janela do quarto da criança em casa”, contou Thayllana. Camilly lembrou que há produtos específicos para crianças, mas que não são encontrados no Brasil. “Às vezes, tem repelente que se pode usar, mas não se encontra aqui, então é mais recomendando pedir pela internet”.

Unanimidade entre os alunos, a automedicação deve ser evitada. “Se tiver algum sintoma, o melhor é procurar um médico”, colocou Otávio.

Alta nos números

Segundo o Painel da Dengue RS o número de casos confirmados em São Leopoldo chegou a 1.181, aumento de 260 registros de sexta para segunda-feira, alta considerável que fez o município se tornar o quarto com mais casos em todo o RS, só atrás de Novo Hamburgo (2.754), Tenente Portela (1.821) e Santa Rosa (1.579). Sapucaia do Sul, Portão, Capela de Santana e Esteio somam, juntos, 282 casos confirmados.

No RS, os casos chegaram a 16,5 mil e são 17 mortes pela doença com a confirmação de óbito em Santa Rosa. Na região foram três mortes: Canoas, Novo Hamburgo e Araricá.

 

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