AUMENTO

MAIS CARO: Nova tarifa do transporte público leopoldense já está em vigor

Valor da passagem de ônibus aumentou 4,3%, passando para R$ 5 nesta terça-feira

Publicado em: 03/01/2024 10:24
Última atualização: 03/01/2024 10:26

O ano começou com novidade para o bolso dos leopoldenses. Entrou em vigor nesta terça-feira (2) o reajuste de 4,3% no preço da tarifa do transporte coletivo municipal, que elevou o preço da passagem de R$ 4,80 para R$ 5 em todos os ônibus das empresas que fazem parte do Consórcio Operacional Leopoldense (Coleo) – Viação Feitoria, Viação Sete de Setembro, Viação Sinoscap e Viação Leopoldense. A medida foi anunciada na última sexta-feira (29).

O último reajuste na passagem de ônibus em São Leopoldo ocorreu em julho de 2022 – na época, o aumento também foi de 20 centavos, passando de R$ 4,60 para R$ 4,80.

Cartaz informando a nova tarifa já está fixado nos ônibusPriscila Carvalho/GES-Especial
Aumento da tarifa de ônibus em São Leopoldo - parada de ônibusPriscila Carvalho/GES-Especial
Aumento da tarifa de ônibus em São Leopoldo - parada de ônibusPriscila Carvalho/GES-Especial

Abaixo da inflação

A Prefeitura de São Leopoldo destacou, em nota, que o novo reajuste foi autorizado após um conjunto de discussões e busca de alternativas para amenizar o impacto para o usuário, e ressaltou que o índice aplicado, de 4,3%, ficou abaixo da inflação acumulada desde agosto de 2022 (5,65%), que é um dos fatores considerados para o cálculo. De acordo com a Secretaria Municipal de Mobilidade e Serviços Urbanos (Semurb), a medida é necessária pelo constante aumento do custo do serviço que envolve o reajuste dos funcionários, o preço do combustível e outros insumos.

A prefeitura também lembrou que a solicitação por parte do Coleo era de uma tarifa de R$ 6,13, o que representaria 27,5% de reajuste. “A Prefeitura entende que o preço da tarifa deve garantir o acesso dos passageiros, e que a diferença de R$ 1,13, entre o valor solicitado e o aprovado, será coberta pelos investimentos de mais de R$ 15 milhões em ônibus elétricos, pela ampliação das ações de tarifa zero, e pela ampliação do número de horários para comunidades mais afastadas”, ponderou o texto enviado pela administração municipal.

Transporte coletivo encontra dificuldades

O titular da Secretaria de Mobilidade e Serviços Urbanos (Semurb), Sandro Lima, disse que as medidas devem amenizar o valor do reajuste, que, no primeiro estudo apresentado, apontava um valor muito alto para ser repassado à população. Ele citou ainda que “é preciso evidenciar que há uma crise estrutural no transporte”, verificada especialmente após a pandemia.

“O transporte coletivo dos municípios ainda encontra dificuldades para retomar a qualidade que já foi sua marca. E mais, não há por parte do governo do Estado nenhuma sensibilidade para entrar no debate e garantir alguma solução, que poderia pagar o que deve a cidade pelos serviços prestados ao longo dos anos pelo Hospital Centenário. Já sobraria mais recursos para a prefeitura investir no transporte público e diminuir o preço da tarifa”, destacou.

Usuários reclamam e citam problemas

Assim como nas redes sociais, pelas paradas de ônibus, os usuários reclamaram do novo reajuste. A operadora de montagem Daiane Dal Castel, 40 anos, estava com o dinheiro da passagem trocado nas mãos quando ficou sabendo do aumento, pela reportagem. “Sério? Não sabia!”.

Moradora da Campina ela queixa-se dos poucos horários e da falta de ar-condicionado nos veículos, por exemplo. “Tem que ficar horas para conseguir ônibus e quando vem, é sempre lotado. Nem todos têm ar-condicionado, a gente vê o pessoal passando mal nos ônibus”, disse. “Pra que aumentar a passagem se não tem nem ar-condicionado nos ônibus? É um roubo”, completou.

Moradora do bairro Santa Tereza, Suelci Brito Vagner, 60 anos, pegou o ônibus para ir ao Centro e se surpreendeu com o preço. “5 pila para esses ônibus ‘esgualepado’, é muito dinheiro!”, exclamou, também citando o atraso nos horários das linhas. “Demora quase uma hora pra vir. Domingo, então, tu não sai”.

Moradora do bairro Boa Vista, Ivanir Ferrareci, 62 anos, utiliza o benefício da gratuidade para idosos, mas opinou sobre o aumento da passagem. “Para quem trabalha é um absurdo. Devia ser menos a passagem.”

Daiane estava com o dinheiro trocadinho para pagar a passagem, quando soube do novo valor Foto: Priscila Carvalho/GES-Especial

Melhorias estão programadas para 2024

Segundo a prefeitura, em 2023, 7 novos ônibus foram colocados em operação na cidade, e para 2024, está programada a compra e implantação de 4 novos ônibus elétricos. O sistema de bilhetagem também deve passar por mudanças: facilitando o acesso aos horários dos ônibus, diminuindo o tempo de espera nas paradas e avisando o passageiro quando houver problemas na linha acarretando atrasos, como os vivenciados pelas obras da BR-116.

A prefeitura leopoldense salientou que o planejamento para 2024 prevê ainda ampliar as ações de tarifa zero, possibilitando mais dias de tarifa gratuita em datas especiais e em alguns finais de semana, com calendário a ser divulgado em fevereiro. No mesmo mês, deverão ser ampliados os horários de ônibus para comunidades mais afastadas, que tiveram sua grade de horários reduzidos por conta da pandemia e ainda não foram retomadas completamente, com novos horários ao longo do dia e, principalmente, à noite.

“A Prefeitura de São Leopoldo tem buscado recursos federais para cobrir parte desses custos e ações extras, e ainda cadastrou no Novo PAC Seleções a aquisição de novos ônibus elétricos, que além de serem modernos, também estão em sintonia com a pauta ambiental, de redução da poluição”, concluiu a nota.

 

 

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