A HISTÓRIA DEBAIXO D'ÁGUA

Parte do acervo do Museu de São Leopoldo é danificada pela enchente

Espaço, que guarda parte da história dos 200 anos da imigração alemã na cidade, precisará de apoio especializado para recuperação de peças

Publicado em: 09/05/2024 08:29
Última atualização: 09/05/2024 08:32

O ano do Bicentenário a Imigração Alemã no Brasil e também da cidade de São Leopoldo será marcado pela reconstrução do Município que teve mais de 180 mil pessoas - de sua população estimada em 217 mil habitantes, segundo o Censo mais recente, de 2022, afetadas diretamente pela maior enchente da história do Vale do Sinos. A água, que inundou grande parte da cidade, também afetou uma parcela da memória leopoldense. 

Equipe do Museu visitou o local na quarta-feira (8), com a ajuda de barqueirosAcervo Pessoal
Equipe do Museu visitou o local na quarta-feira (8), com a ajuda de barqueirosAcervo Pessoal
Equipe do Museu visitou o local na quarta-feira (8), com a ajuda de barqueirosAcervo Pessoal

Dentre os locais atingidos pela cheia do Rio dos Sinos na cidade, está o Museu Histórico Visconde de São Leopoldo, localizado na Avenida Dom João Becker, no Centro. Na rua, as águas atingiram mais de dois metros de altura. Dentro do prédio, de dois andares, parte do acervo do térreo ficou submerso. 

Na quarta-feira (8), com o auxílio de barqueiros, uma equipe do Museu Histórico conseguiu entrar no local. Segundo o presidente do Museu de São Leopoldo, Cássio Tagliari, ainda não dá para dimensionar todos os prejuízos causados ao espaço.  "Sabemos que o arquivo histórico documental, que ficava no segundo andar, não foi afetado. Danos foram aos salões de exposição. Quadros a óleo também não foram afetados. Para sabermos o estrago real, só quando água baixar e tentarmos restaurar os objetos", diz.

Conforme Tagliari, o prejuízo financeiro, e que também ainda não foi estimado, deverá ser considerável. "Todos os expositores em mdf, por exemplo, estão perdidos. Portas também. A infraestrutura está afetada", explica. Segundo ele, sensibilizados com a tragédia, muitos especialistas têm se colocando à disposição para ajudar na recuperação dos objetos atingidos pela água.

"Quando iniciarmos o trabalho de avaliação e manuseio dos acervos danificados. Precisamos urgentemente desse tipo de ajuda, de mão de obra especializada", comenta. Interessados em ajudar podem entrar em contato por meio das redes sociais do museu ou pelo e-mail museuhistoricosl@museuhistoricosl.com.br.

Recuperação 

Segundo Tagliari, o Museu Histórico está no endereço atual desde julho de 1985. Antes disso, em 1965, o espaço, quando ainda era instalado na esquina com a Rua Independência, também teria ficado bastante danificado pela enchente à época. No perfil do Museu no Facebook, a direção do espaço divulgou imagens de como ficou o local, seguida de uma mensagem otimista, de reconstrução. 

"Muitas pessoas perderam a vida. Muitas outras perderam tudo o que possuíam. Vários voluntários e pessoas amigas do Museu também tiveram suas casas invadidas. No ano em que estamos celebrando o bicentenário, essa catástrofe vem para nos lembrar - de maneira extremamente dolorosa - todas as dores e sofrimentos pelos quais nossos antepassados passaram. Assim como toda a população, o Museu também irá carregar por décadas as cicatrizes de 2024. No Museu muito se danificou com certeza. Mas muito se poderá recuperar", diz o texto. 

Por enquanto, o Museu seguirá fechado por tempo indeterminado. 

 

   

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