CATÁSTROFE NO RS

São Leopoldo tem estado de calamidade pública reconhecido pelo governo federal

Prefeitura trabalha para viabilizar de forma urgente e emergencial recursos federais para ajuda aos atingidos e restabelecimento de serviços, como os consertos das casas de bombas, que já estão em andamento

Publicado em: 10/05/2024 14:20
Última atualização: 10/05/2024 15:24

São Leopoldo teve sua situação de Estado de Calamidade Pública (ECP) reconhecida pelo governo federal. Segundo a Prefeitura, com a vinda da comitiva do presidente Lula e seus ministros, a cidade de São Leopoldo foi incluída como prioritária no processo de contato direto com as equipes na elaboração dos planos e agilidade nas análises e liberação dos recursos emergenciais.

Na região, cidades como Sapucaia do Sul, Esteio, Novo Hamburgo, Canoas, Portão, Capela de Santana, também atingidos pela cheia histórica, estão na lista dos mais de 300 municípios que o governo federal reconheceu ainda no domingo como estado de calamidade pública.

Várias áreas alagadas em São Leopoldo com a maior cheia da história Foto: Renato Silveira/Especial

Segundo a Prefeitura de São Leopoldo, com o Estado de Calamidade Pública, as equipes da Defesa Civil de São Leopoldo, junto ao Gabinete de Crise, coordenado pelo prefeito Ary Vanazzi, trabalham na elaboração dos planos de trabalho para viabilizar de forma urgente e emergencial os recursos do governo federal para os trabalhos de ajuda humanitária e reestabelecimento da cidade.

De acordo com a prefeitura, o volume do Rio dos Sinos atingiu, em São Leopoldo, a marca histórica de 8,20 metros, às 5h30 do dia 4 de maio, causando o transbordamento da capacidade do Sistema de Contenção de Cheias – Diques e causando danos ao sistema.

Reparos nos diques

Estes reparos emergenciais nos diques e Casas de Bombas já estão sendo feitos por equipes do Serviço Municipal de Água e Esgotos (Semae), da Prefeitura e do consórcio que faz as obras na BR-116, segundo o prefeito Ary Vanazzi. Dois dos quatro motores da Casa de Bombas da Rodoviária já puderam ser religados na quinta-feira (9), auxiliando no escoamento do alagamento no Centro.

Na manhã desta sexta-feira (10), mesmo com chuva, vários caminhões da Construsinos, na Zona Norte, estavam levando pedras  para o conserto no dique na Santo Afonso/Vila Brás, que também colapsou com a tragédia, no limite entre as cidades de São Leopoldo e Novo Hamburgo. "Vamos trancar a água e , quem sabe, na semana que vem, tenha pouca água na Campina e Vila Brás", projeta o prefeito Ary Vanazzi.

 "É um momento de emoção, não é fácil ver esta cidade destruída,  os diques com dificuldade de serem recuperados, mas estamos no caminho certo", disse o prefeito mais uma vez emocionado. 

Vanazzi também teve a sua casa atingida pela maior enchente da cidade.

Nível do rio segue em lento declínio

Nesta sexta-feira (10), às 9h15, o Rio dos Sinos estava com 6,08 metros. O nível considerado normal é de 2 a 2,5 metros.

Mais de 180 mil moradores foram afetados diretamente pela maior cheia da história de São Leopoldo, 15 mil pessoas estão desabrigadas, sendo que 88 abrigos até o momento foram identificados na cidade e outros 22 abrigos nas cidades da região acolhem moradores de São Leopoldo. A prefeitura estima que mais de 100 mil pessoas tenham sido desalojadas, saindo de casa, para familiares ou outra maneira de morar provisoriamente.

 

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