Uma abrangente área de atuação com 15 especialidades, é o que fornece o Bacharelado de Fonoaudiologia da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), em Canoas. Quando criado em 1998, o curso foi um dos pioneiros na região metropolitana, e desde então formou mais de 1.500 profissionais, tornando-se uma das graduações mais tradicionais no campo da saúde na instituição.
Com estudo e atuação focados em promoção, prevenção, avaliação, reabilitação e aprimoramento da linguagem oral e escrita, da audição e da voz, da musculatura orofacial e funções alimentares, do recém-nascido ao idoso, a fonoaudiologia contempla diversas áreas atendendo às necessidades das pessoas em todas as fases da vida.
O foco na promoção de um ensino eficiente e diferenciado permite aos estudantes a imersão no campo profissional desde o início dos estudos. “Temos a clínica-escola onde encontram-se também os laboratórios, de audiologia e de voz. Então, nas disciplinas de fundamentos, o aluno já desenvolve a prática”, destaca a professora e coordenadora do curso de Fonoaudiologia da Ulbra, Marion Cristine De Barba.
“A partir do sexto semestre se iniciam os estágios e a maior parte é realizada na clínica-escola. Três estágios são realizados em outros locais, sendo dois deles dentro do Hospital Universitário de Canoas e o terceiro em uma Unidade Básica de Saúde (UBS), além de práticas em escolas municipais e particulares de Canoas, hospitais de Porto Alegre, clínicas particulares e centros auditivos.
Infraestrutura e vivências profissionais
Localizada ao lado do Hospital Universitário de Canoas, na entrada do campus da Ulbra, a Clínica-escola de Fonoaudiologia prepara o aluno para uma formação completa, servindo para que os futuros profissionais coloquem em prática os conhecimentos obtidos. No espaço os alunos também têm a oportunidade de prestar serviços à comunidade na estimulação e/ou reabilitação de crianças, adultos e idosos com diversas patologias e necessidades. Os agendamentos são feitos pelo telefone (51) 3477-9269, de segunda a sexta-feira, das 8h às 21h. Além do aprendizado na clínica, os universitários têm à disposição laboratórios de audiologia e voz, entre outros.
O estudante também participa das campanhas de saúde com datas vinculadas ao calendário do Conselho Federal de Fonoaudiologia, Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia e Academia Brasileira de Audiologia como Dia Internacional de Conscientização sobre o Ruído, Dia Internacional da Voz, Dia do Idoso, palestras e oficinas sobre Amamentação e Disfagia. Outra atividade exercida pelos alunos e profissionais da área é a participação junto a empresas, órgãos ou instituições que desenvolvam projetos em parceria com a Ulbra.
Perspectivas no mercado profissional
Hoje, a profissão de fonoaudiólogo é uma das mais promissoras do momento e com grande potencial de expansão no futuro. E um dos motivos é o aumento da expectativa de vida. Segundo Marion, o crescimento do número de pessoas a envelhecer e a procura para ter um envelhecimento saudável influenciarão de forma positiva na demanda de serviços para os profissionais da área, resultando em boas perspectivas no mercado de trabalho.
A especialidade que atua no envelhecimento é a gerontologia, favorecendo o processo do envelhecimento na área da audição, mobilidade estomatognática e preservação da voz. Outra área em destaque é a voz, com a mídia e a questão dos profissionais da voz, como cantores, apresentadores, influencers, youtubers, que precisam de uma forma apropriada de comunicação, uma boa articulação, um tom de voz adequado para que o ouvinte tenha um bom entendimento da mensagem, que seja confortável e com qualidade para se ouvir.
Especialidades em expansão
Marion salienta a diversidade de áreas de atuação, uma vez que a profissão evoluiu para atender às crescentes necessidades da sociedade, desde o recém-nascido até a população idosa, inclusive questões relacionadas à saúde do trabalhador com fonoaudiologia do trabalho, que gerencia questões relacionadas à voz e audição no ambiente corporativo, incluindo o Programa de Conservação vocal e Programa de Prevenção de Perdas Auditivas.
Outro ponto importante da profissão é a atuação do fonoaudiólogo no ambiente hospitalar, otimizando tratamento de pacientes, a inserção cada vez mais forte no meio artístico com aprimoramento das habilidades de comunicação verbal e a crescente demanda de crianças com alterações de linguagem por diversos fatores, entre esses o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Lembrando que as alterações de linguagem não são exclusivas do público infantil, pois também precisamos pensar na linguagem do adulto e do idoso, que pode ser prejudicada por um acidente vascular cerebral ou por uma doença neurodegenerativa, sendo assim também um público-alvo de reabilitação fonoaudiológica, explica.
Portanto, as opções de escolha são muitas, desde hospitais, clínicas, unidades de saúde, até escolas, emissoras de rádio e de televisão, empresas, consultórios, institutos de perícia, entre outras. Marion ainda frisa que todos os egressos do curso estão empregados, refletindo a alta demanda por profissionais de fonoaudiologia no mercado. A pesquisa realizada com os egressos revela não apenas empregabilidade, mas também satisfação com a área de atuação e remuneração, consolidando a Ulbra Canoas como uma instituição de excelência na formação de fonoaudiólogos.
Transtorno do Espectro Autista: intervenção precoce e desenvolvimento adequado
Para Marion, a fonoaudiologia no contexto do Transtorno do Espectro Autista (TEA) é extremamente fundamental. Com um olhar clínico, os profissionais buscam identificar sinais precoces e intervir o mais cedo possível. Essa abordagem visa promover um desenvolvimento adequado para as crianças, alinhando-se aos planos e expectativas das famílias.
Egressa da Ulbra em Psicologia e Fonoaudiologia, Regina Cardoso Duarte concorda com a afirmação. “De uma forma geral, hoje as pessoas buscam muito a psicologia e a fonoaudiologia pensando em saúde e qualidade de vida, e anos atrás não víamos isso. As crianças não tinham diagnóstico. Hoje, por exemplo, uma criança com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade – TDHA pode ter acompanhamento tanto do fonoaudiólogo quanto do psicólogo, e, antigamente, nem um diagnóstico tinha. O autismo era subdiagnosticado, também não se tinha o diagnóstico e o acompanhamento correto. Cresceu muito o mercado das duas áreas porque as pessoas buscam esse acompanhamento, terapia e qualidade de vida, tanto para si quanto para os filhos”, afirma.
Profissões em crescente evolução
Graduada em Psicologia há dez anos e em Fonoaudiologia há dois, Regina percebe uma evolução na construção da profissão. Conforme ela, não é o mesmo mercado, pois hoje há mais compreensão da importância de buscar a ajuda desses profissionais. “Principalmente na questão das crianças, muitas vezes a fonoaudiologia é a porta de entrada para a terapia infantil. Muitas famílias chegam aos fonos pelo atraso de fala da criança. Antes, víamos crianças maiores trocando o R pelo L, hoje os pais já ficam mais atentos e nos procuram”, aponta. “A fonoaudiologia hoje é uma área bastante valorizada. A psicologia também se desconstruiu a imagem, antes havia um preconceito muito grande da sociedade com o tratamento relacionado à saúde mental.”
Hoje, Regina tem uma clínica, atuando no Rio Grande do Sul (Esteio, Canoas e São Leopoldo) e em Santa Catarina, na cidade de Florianópolis. Ela diz que o mesmo incentivo que recebeu para seguir na área de fono, ela passa adiante para aqueles que têm dúvida quanto à futura profissão.
Da escola de samba à fonoaudiologia
Especialista em voz, coach vocal e acadêmica de Fisioterapia, Djeniffer Santos, ingressou na Fonoaudiologia com um propósito: trabalhar com os cantores de escolas de samba. Antes mesmo de ingressar na faculdade, ela já estava imersa no universo da música, trabalhando na escola de samba Estado Maior da Restinga, de Porto Alegre. Foi lá que surgiu o insight que moldaria sua carreira: a necessidade de cuidados especializados para a voz dos cantores. Essa possibilidade a impulsionou a escolher a Fonoaudiologia como caminho profissional, com o objetivo claro de trabalhar com a voz.
Formada pela Ulbra em 2017, no mesmo ano Djeniffer mudou-se para o Rio de Janeiro, onde iniciou uma carreira sólida na área da voz. Sua expertise a levou a colaborar com escolas de samba renomadas como Padre Miguel, Salgueiro e Mangueira, e a se tornar a fonoaudióloga de artistas de destaque, incluindo Ludmilla, Luísa Sonza e Xamã.
Atualmente, Djeniffer concentra-se no universo do trap, trabalhando com grandes nomes desse gênero musical. Seu trabalho vai além do tradicional, envolvendo um intenso condicionamento vocal para garantir que os artistas estejam preparados não apenas para os desafios vocais, mas também para manter a saúde vocal a longo prazo. “Antes os artistas não tinham noção de como é importante cuidar da voz, hoje eles sabem que precisam se preparar para manter a voz saudável”, avalia. Essa conscientização se estende a outros profissionais do ramo, como empresários e jornalistas, evidenciando a crescente valorização da voz como uma ferramenta crucial no universo artístico.
Hoje, Djeniffer desempenha um papel fundamental nos bastidores dos shows, acompanhando artistas como MC Maneirinho e Caio Lucas dentro e fora do Brasil. Seu trabalho vai além da preparação vocal antes dos espetáculos, realizando, também, cuidados pós-show, garantindo que a saúde vocal seja mantida mesmo após apresentações intensas.
Como ingressar no curso de Fonoaudiologia
Com duração de oito semestres, a graduação em Fonoaudiologia da Ulbra Canoas é realizada no turno da noite. Para quem deseja ingressar no curso, há quatro opções: vestibular online, nota do Enem, transferência e segunda graduação. Mais informações e detalhes podem ser encontrados em vestibular.ulbra.br.
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