INCLUSÃO

Diego Kohlrausch faz partida de exibição na abertura do São Léo Open

Tênis em cadeira de rodas aconteceu na tarde deste domingo. Projeto visa crescimento da modalidade no Estado

Publicado em: 24/03/2024 20:57
Última atualização: 24/03/2024 21:01

O domingo foi de bastante movimentação nas quadras do São Leopoldo Tênis Clube. A data marcou a abertura oficial do São Léo Open 2024. Após a cerimônia que abriu a competição, um momento marcante, de inclusão: a partida de exibição de tênis em cadeira de rodas com o tenista Diego Kohlrausch. Natural de Carazinho, o atleta celebrou a oportunidade.

“Esse evento é muito importante. É um orgulho. Sou o pioneiro no Estado para tentar erguer o esporte, que é bem desconhecido aqui no RS”, conta o tenista do projeto Lapidando Tenistas, de Vacaria.

Diego Kohlrausch na quadra principal do São Leopoldo Tênis ClubeJorge Grimaldi/GES-Especial
Diego Kohlrausch na quadra principal do São Leopoldo Tênis ClubeJorge Grimaldi/GES-Especial
Diego Kohlrausch na quadra principal do São Leopoldo Tênis ClubeJorge Grimaldi/GES-Especial

Pioneirismo

“No começo, em 2023, quando eu iniciei a praticar o esporte, eu fui atrás da Federação, e lá não tinha nada sobre o tênis de cadeira. Eu fiquei bem triste porque é um esporte que eu sempre joguei de pé, antes do meu acidente, e eu não poderia mas participar porque não tem no Estado”, conta Kohlrausch.

“Daí eu conheci a Cláudia (Chabalgoity). Ela abriu um um braço dentro da Federação Gaúcha que é o FGT inclusivo, e começou a ter o esporte no Estado. Fui o primeiro a participar, representando o Rio Grande do Sul, na Copa das Federações, e por não ter tantos atletas, começamos com o Estado em uma segunda divisão. Então em 2024 a gente vai fazer de tudo para colocar o RS na elite do tênis de cadeira de rodas no Brasil, se tornando mais competitivo."

Kohlrausch conta que quando começou com os treinamentos se lesionou e precisou de cerca de quatro meses para se recuperar da lesão no braço. Ele tem cerca de oito meses em atividade. Mesmo com pouco tempo praticando, a experiência do tenista é grande. Ele admite que a adaptação é complicada.

“Para conseguir formar um atleta de tênis na cadeira, a pessoa precisa ter anos na cadeira. É difícil. Pega um atleta hoje do zero. Que nunca jogou tênis. Que vai pra uma cadeira ou é cadeirante, tu precisa dois, três, quatro anos de treino para conseguir ser competitivo”, alerta o atleta, que treina para ser um dos melhores do mundo, mas reconhece: “Não é fácil”.

Oportunidade de crescimento

Diretora da equipe Inclusiva da Federação Gaúcha e ex-tenista profissional, Cláudia Chabalgoity também comentou o momento e cita futuras parcerias com a cidade.

“Essa partida teve como propósito chamar mais atletas, mostrar que dá para jogar tênis em cadeira de rodas e tentar divulgar a modalidade no Estado. O que ganhamos de palco aqui foi um ouro”, inicia.

“Também trabalhamos com pessoas com deficiência intelectual, autistas, junto das Apaes. Estamos com mais de 150 atletas jogando tênis. Um dos propósitos de estamos aqui em São Léo é poder associar as associações de pessoas com deficiência. Estamos conversando com a prefeitura e as secretarias”, completa.

A solenidade contou com a presença do presidente da Federação Gaúcha de Tênis (FGT), Eduardo Chemale Selistre Peña, do diretor do torneio e da Quadra Eventos, José Carlos Ferreira Júnior, da diretora do Tênis Inclusivo da FGT, Cláudia Chabalgoity, do presidente do São Léo Tênis Clube, Fabrício Leão, do CEO da Higra, Alexsandro Geremia, do supervisor da ATP, Ricardo Reis, do vice presidente de administração e finanças das Stihl, Cleomar Prunzel, e representando os atletas estava Franco Ferreira, maior campeão da história da competição, com dois títulos de simples e um de dupla.

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