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POLÍCIA

Dono de carro usado na morte de casal em Campo Bom deve ser testemunha em julgamento; relembre o caso

Crime aconteceu em janeiro deste ano e teria sido motivado por uma dívida de mais de R$ 200 mil que o acusado tinha com as vítimas

Stefany de Jesus Rocha
Publicado em: 16/04/2024 às 14h:45 Última atualização: 16/04/2024 às 14h:45
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O dono do carro usado no dia do crime pelo acusado de matar Maria Rosane Stefanello, 53 anos, e Valdir Meller, 54, deve se tornar testemunha na ação penal do duplo homicídio. O Ministério Público pediu a inclusão dele no processo na última quinta-feira (11).

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A psicoterapeuta e o microempresário foram encontrados mortos no fim da tarde do dia 12 de janeiro deste ano em Campo Bom. O casal foi baleado dentro do veículo da mulher, um Hyundai Creta branco, à margem da Avenida João Pedro Dias, em trecho de chão batido. A área é desabitada e fica próxima do limite com Sapiranga. A perícia apontou que cada vítima foi atingida por dois tiros.

Valdir Meller e Rose Stefanello gostavam de passear juntos | abc+



Valdir Meller e Rose Stefanello gostavam de passear juntos

Foto: Reprodução

Além de arrolar o proprietário do veículo, um Fiat Siena, como testemunha para informar sobre o empréstimo do automóvel, o promotor Evandro Kaltbach adicionou ao processo, na última semana, novos laudos de necropsia.

O delegado Rodrigo Camara, responsável pela investigação, relata que o carro utilizado pelo criminoso foi encontrado em Sapiranga no fim de março, depois que o inquérito policial já havia sido concluído, por meio de análises aos bancos de dados da polícia civil. O dono, então, confirmou que emprestou o automóvel para o autor do crime no dia e hora do fato.

Segundo Camara, o acusado possuía uma indústria de sapatos e estava negociando a venda dela com o dono do veículo, que disse ter interesse em comprar. “Ele aproveitou essa circunstância e, a pretexto de testar o carro, pediu emprestado no dia e hora do crime.” 

O homem foi preso 17 dias depois do crime, na noite do dia 29 de janeiro, na casa dele, no bairro Sete de Setembro, em Sapiranga. Na residência, foram encontradas drogas, uma balança de precisão e mil embalagens vazias para cocaína.

Ainda no fim de fevereiro, ele foi denunciado pelo Ministério Público por duplo homicídio triplamente qualificado, sendo as qualificadoras: motivo torpe, mediante dissimulação e recurso que dificultou a defesa das vítimas. Conforme o Tribunal de Justiça, ainda não há previsão sobre quando a denúncia será avaliada pelo juiz.

Acusado devia mais de R$ 200 mil ao casal

A investigação apontou que o crime teria sido motivado por dívidas que o homem tinha com o casal. “O preso estava devendo mais de R$ 200 mil para as vítimas, recebia cobranças constantes e, como não conseguiria realizar o pagamento, armou uma emboscada para matar elas”, afirmou o delegado.

Familiares de Maria Rosane e Valdir disseram à Polícia que o acusado inclusive frequentava a casa do casal. Ele havia pegado dinheiro emprestado com as vítimas em mais de uma oportunidade e usava as quantias para financiar as atividades da fábrica que tinha. Com uma espécie de “conta” com as vítimas, o homem realizava o pagamento de juros semanalmente.

Ainda segundo a Polícia Civil, o casal costumava emprestar dinheiro para muitas pessoas e depois cobrava juros. “Faziam ‘profissionalmente'”, aponta o delegado. “Não verificamos que as cobranças foram realizadas de forma violenta, eram apenas bastante incisivas e insistentes. Não havia ameaças”, ressalta Camara.

O delegado destaca que não foi encontrada nenhuma relação do dinheiro emprestado com o tráfico de drogas.

O laudo pericial que apontará se os tiros foram efetuados de dentro ou de fora do carro das vítimas ainda não está pronto, segundo Camara. No entanto, ele afirma que, do ponto de vista da investigação, os disparos foram realizados de fora para dentro do veículo.

*Colaboraram: Kassiane Michel e Silvio Milani.

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