Uma operação que deveria ser sigilosa, mas que mobilizou dezenas de policiais e bloqueou a Rua Bento Gonçalves, no centro de Novo Hamburgo, permanece cercada de mistério e informações desencontradas.
As informações oficiais divergem de imagens captadas por moradores e de relatos obtidos pela reportagem do ABCmais com testemunhas. O que se sabe, de concreto, é que a operação está ligada a uma movimentação volumosa de valores entre agências da Caixa Econômica Federal (CEF).
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A mobilização, que iniciou às 5 horas deste sábado (7), com o bloqueio da Rua Bento Gonçalves, entre as ruas Joaquim Nabuco e Gomes Portinho, terminou por volta das 15 horas, depois que um comboio envolvendo mais de 10 viaturas policiais e dois carros-fortes da Prosegur chegou à agência da Caixa no local, em Novo Hamburgo.
O comboio, que escoltou os carros-fortes, chegou à agência hamburguense às 14h16, ou seja, cerca de nove horas após o início do bloqueio que prejudicou o comércio e atrapalhou a vida dos moradores do trecho.
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Agentes das forças especiais da Brigada Militar, como o Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) e o Comando de Polícia de Choque, além de viaturas da Polícia Federal (PF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF), escoltaram os dois carros-fortes.
Este comboio saiu do edifício-sede da Caixa Econômica Federal em Porto Alegre, localizado no entorno da Praça da Alfândega, e seguiu rumo a Novo Hamburgo. Imagens mostram a mobilização do início da operação no entorno da sede da Caixa Econômica na Capital.
Caixas e mais caixas foram descarregadas em Novo Hamburgo
Assim que o comboio estacionou em Novo Hamburgo, iniciou-se a operação para descarregar o que os carros-fortes trouxeram à agência local.
“Com certeza, eles descarregaram caixas e mais caixas. Só tiraram caixas e sacos dos carros-fortes”, afirma um morador, que acompanhou toda a ação do edifício onde reside. Ele pede para não ser identificado.
A Brigada Militar, por sua vez, afirma que a movimentação volumosa de valores se trata de bens penhorados na agência de Novo Hamburgo e que seriam levados para outras agências da região.
“São bens que estavam em custódia, objetos. Essas informações nem são repassadas, até porque não são interessantes de divulgar”, argumenta a capitã Carine Reolon, que coordenou o bloqueio da área central de Novo Hamburgo.
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A ação para descarregar os carros-fortes durou aproximadamente 40 minutos. Por volta das 15 horas, ocorreu a desmobilização da operação que era para ser secreta, mas que chamou a atenção de toda a comunidade.
A assessoria de imprensa da Caixa afirma que não houve movimentação de dinheiro, mas não esclarece de forma definitiva o que ocorreu. “É uma operação delicada que não foi divulgada para resguardar a segurança e o sucesso da própria operação”, limitou-se a dizer.
Inicialmente, Brigada Militar justificou que bloqueio era para realização de obra
Na manhã deste sábado (7), após começar a repercutir o bloqueio de vias na área central, especialmente através de comerciantes inconformados pela falta de clareza sobre o que estava acontecendo, principalmente por ter ocorrido sem aviso prévio, a Brigada Militar informou, oficialmente, que estava realizando o “isolamento do local para realização de uma obra”.
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A mesma mensagem estava sendo repassada a moradores, que foram impedidos de chegar em casa, de carro. “Nós tivemos que deixar o carro a duas quadras de casa, cheio de compras do mercado. Um soldado da Brigada Militar disse que estava ocorrendo um exercício envolvendo uma tubulação de gás, e que, para nossa segurança, não podíamos passar”, relata outro morador da Rua Bento Gonçalves, que também pede para não ter o nome divulgado.