Operação

Polícia Civil prende dez de quadrilha que tocava o terror em motoristas de caminhão

Quadrilha responsável por roubos de carga em Canoas foi desmantelada em ação organizada nesta terça-feira (5)

Publicado em: 05/03/2024 12:55
Última atualização: 05/03/2024 12:55

Na manhã da última quarta-feira (27), um criminoso armado com pistola rendeu um motorista de caminhão na Rua Dona Castorina Lima da Silveira, no bairro Estância Velha, em Canoas. Sob ameaça, o trabalhador foi obrigado a entrar em um beco onde foi deixado. A carga de cigarros, avaliada em R$ 100 mil, desapareceu.

Até 6h30 da manhã desta terça-feira (5), dez suspeitos já estavam presos pela Polícia Civil Foto: POLÍCIA CIVIL/DIVULGAÇÃO

Em uma ação rápida, agentes da Polícia Civil de Cargas organizaram uma caçada pelas ruas de Canoas. Conseguiram, horas depois, achar o caminhão roubado e prender o criminoso responsável. O preso, ligado ao tráfico de drogas e entorpecentes, ainda não havia repassado o caminhão e a carga.

Menos de uma semana depois do crime, o Departamento Estadual de Investigações Criminais desencadeia uma ação para desmantelar a quadrilha do qual fazia parte o criminoso. O grupo especializado seria responsável por nada menos que 40 crimes cometidos em Porto Alegre e região metropolitana, causando um prejuízo de R$ 40 milhões em empresas do setor tabagista.

A batizada Operação Mellarius levou dez à cadeia na manhã desta terça-feira (5). Foram aproximadamente 160 policiais civis participando da ação, cumprindo 70 ordens judiciais, dentre os quais 40 mandados de busca e apreensão e 12 prisões preventivas, além de quebras e sequestros de bens nas cidades de Porto Alegre, Cachoeirinha e Gravataí.

Conforme apuração da Delegacia de Repressão a Roubo e Furto de Cargas, os crimes foram cometidos nas cidades de Eldorado do Sul, Gravataí, Esteio, Viamão, Sapucaia do Sul, Canoas, Cachoeirinha, Porto Alegre, Taquara, São Leopoldo, Novo Hamburgo e Guaíba.

Durante o período de cinco meses, os policiais conseguiram entender o modus operandi e como a quadrilha conseguia o tipo de informação privilegiada que levava aos ataques certeiros. As cargas eram sempre levadas de pontos considerados chave pela quadrilha, por serem de pouca visibilidade para os crimes.

Segundo o delegado Eibert Moreira, a quadrilha contava com dois ex-motoristas de uma empresa de cigarros de Cachoeirinha, que possuíam conhecimento da atuação do gerenciamento de risco da empresa, além de um motorista ativo na empresa, que seria o responsável por repassar dados internos, facilitando os roubos.

A prisão preventiva de todos os envolvidos foi decretada, segundo a Polícia Civil.

Combate reforçado

O número de cigarros comercializados irregularmente no Brasil a cada ano supera a quantidade de produtos vendidos legalmente, segundo uma pesquisa encomendada pelo Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO). Estima-se que quase 60 bilhões de cigarros entre os mais de 100 bilhões consumidos no País partem de um mercado paralelo.

Há anos, a demanda em torno do mercado paralelo impulsiona quadrilhas especializadas a agirem por meio de violência no roubo de cargas. Eis a razão pela qual a Polícia Civil vem direcionando esforços a criminosos no Rio Grande do Sul. Conforme dados do Departamento Estadual de Investigações Criminais, graças as operações, houve a redução de 60% dos roubos de carga em 2023. Isso no comparativo com os crimes cometidos em 2022.

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