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ELEIÇÕES: Janela partidária fecha com Câmaras pluripartidárias na região; veja as mudanças

Trocas de siglas crescem participação de partidos nas composições

Publicado em: 08/04/2024 12:16
Última atualização: 08/04/2024 12:20

A janela de um mês em que vereadores puderam trocar livremente de partido sem risco de perder o mandato encerrou na última sexta-feira (5) com a fragmentação partidária nas Câmaras de Vereadores.


Câmara de Vereadores de Novo Hamburgo Foto: Thanise Melo/CMNH

Levantamento feito pela reportagem a partir dos dados da Justiça Eleitoral e em contato com partidos e gabinetes dos vereadores aponta que, nas três maiores cidades da área de cobertura do Grupo Sinos (Canoas, Novo Hamburgo e São Leopoldo), houve disseminação de suas vagas de vereadores entre as siglas que conseguiram eleger candidatos no pleito de 2020 e novas legendas, que antes não tinham representatividade nos Legislativos.

Na prática, a elevação da fragmentação pode alterar a composição de forças para a eleição em outubro, principalmente para as prefeituras. Candidatos à majoritária tendem a se beneficiar quando seus partidos conseguem apoio de lideranças locais, diante da capilaridade para conseguir cabos eleitorais e votos.

Quase 60%

Em Novo Hamburgo, oito dos 14 vereadores com mandatos em exercício aproveitaram a janela partidária para trocar de sigla sem sofrer punições. Em outras palavras, 57,14% mudaram de partido. Um deles, inclusive, mudou duas vezes. Vladi Lourenço estava no PSDB, mudou para o União Brasil na quinta-feira (4) e na sexta (5) assinou a filiação ao Podemos.

Os principais destinos foram os partidos que estão na zona de influência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na ala conservadora, incluindo o Progressistas (PP) e o Podemos. O PP, que registrou um saldo positivo, passando de dois para três parlamentares, agora se junta ao PSDB e ao MDB como as três maiores bancadas. Tucanos e emedebistas perderam representatividade, pois somavam quatro parlamentares cada antes do período de trocas.

Novidades

Teve partido que se beneficiou (e muito) do período. O Podemos chegou à Câmara com a janela partidária e já parte com duas cadeiras: Ito Luciano e Vladi Lourenço.

Em contrapartida, as bancadas do PRD (ex-PTB) e do PDT foram esvaziadas. O PRD, além de Ito, perdeu Cristiano Coller, que migrou para o PP. Já o PDT registrou as baixas de Darlan Oliveira, que seguiu para o MDB, e Fernando Lourenço, o Fernandinho, que se filiou ao Solidariedade - legenda partidária que não tinha representantes na Câmara e agora conta com uma cadeira.

Quatro partidos ficam de fora

Com o fim da janela, MDB, Cidadania, Republicanos e PTB perderam representação na Câmara de São Leopoldo. Em compensação, assim como em Novo Hamburgo e Canoas, o Legislativo leopoldense ganhou novas siglas. O PL assumiu a vaga do MDB com a mudança do vereador Jeferson Falcão.

O PSDB, que agora conta com Gabriel Dias, ganha o espaço do Cidadania. Com Hitler Pederssetti no Podemos, o União Brasil agora tem Dentinho de representante. No balanço final, com a filiação de Tarzan Correa, ex-Republicanos, ao PDT, a sigla desponta como a maior bancada, com quatro edis. Seguindo pelo PT, com três. Outras seis siglas têm representação na Câmara com um vereador cada.

Troca-troca altera 12 cadeiras em Canoas

Antes das mudanças, os partidos apresentavam uma configuração diversa. Com a abertura da janela partidária, Cris Moraes manteve sua filiação ao PV, enquanto Márcio Freitas e Gilson Oliveira, ambos anteriormente no Avante, optaram por caminhos distintos: Márcio se filiou ao PRD e Gilson ao Democracia Cristã (DC).

No MDB, Mossini permaneceu, enquanto Airton Souza migrou para o PL e Linck para o Republicanos, que já abrigava Alexandre Duarte, reduzindo a bancada do MDB.

O Progressistas, antes representado por Bamberg e Patricio, viu ambos se transferirem para o PSDB, fortalecendo a nova bancada tucana.

O PDT, com Alexandre Gonçalves, o PT, com Emilio Neto, Maria Eunice, e o Podemos, com Dr. Laércio Fernandes, mantiveram suas bancadas. Jefferson Otto e Patteta continuam no PSD.

Leandrinho, dissidente do PSD, se juntou ao PRD e Eric Douglas, antes filiado ao PRD, foi para o União Brasil. O PL e o PP também viram suas bancadas mudarem. O PL, além de acolher Airton Souza, também filiou Abmael Almeida, embora este último tenha transitado pelo PP antes de se fixar no PL. Em contrapartida, o vereador Adriano Agitasamba, antes no PL, migrou para o Avante. Juares Hoy, que deixou o PRD, e Jonas Dalagna. que saiu do Novo, fortaleceram a bancada do PP.

Colaborou: Tais Forgearini

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