EFEITOS DO EL NIÑO

CHUVA NO RS: Metade norte do Estado registra acumulado de 310 milímetros, vento de 152 km/h e muita destruição; quatro morreram

Regiões de Caxias do Sul, Lajeado, Santa Maria, Ijuí e Passo Fundo estão entre as mais atingidas pela chuvarada das últimas horas no Rio Grande do Sul

Publicado em: 04/09/2023 22:57
Última atualização: 04/09/2023 22:58

O Rio Grande do Sul enfrenta neste começo de semana seu terceiro episódio de tempo severo desde junho. Segundo a Defesa Civil do Estado, pelo menos 2 milhões de pessoas foram prejudicadas direta ou indiretamente pelos efeitos da instabilidade que provoca chuva intensa desde domingo (3).

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Passo Fundo tem 131 desabrigados Foto: Prefeitura de Passo Fundo

Quatro pessoas morreram em decorrência dos temporais, que causaram estragos em pelo menos 50 municípios, a maioria da metade morte. O alerta agora é para o risco de deslizamentos e enchentes, inclusive no Vale do Sinos.

Dados oficiais do Centro Nacional de Monitoramento de Desastres (Cemaden) apontavam, no início da noite desta segunda-feira (4), que o acumulado de chuva em 72 horas já chegava a 310 milímetros em Passo Fundo, por exemplo.

Em Vacaria o acumulado estava em 279 milímetros, em Ijuí 275 milímetros, em Santa Maria 195 milímetros e, em Alto Feliz, 155 milímetros. No caso da região de Passo Fundo, o volume de chuva desde o fim de semana é praticamente o dobro da média de todo o mês.

Segundo a MetSul Meteorologia, estações particulares registraram chuva na ordem de 346 milímetros em Passo Fundo no intervalo de três dias. Em Carazinho, na mesma região, outra estação particular registrou 389 milímetros em 72 horas. Em Não-Me-Toque uma estação particular registrou acumulado de 300 milímetros, o dobro da média de chuva do mês para a região.

No Vale do Sinos o acumulado em 72 horas é de 131 milímetros e, em Canoas, de 133 milímetros. Em São Leopoldo, segundo a MetSul, o acumulado era de 122 milímetros no início da noite desta segunda-feira.

Vento de 152 quilômetros por hora no RS

Além da chuva, ventou forte na metade norte do Estado nesta segunda-feira. Segundo a MetSul, estações do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) registraram rajadas de 152 quilômetros por hora em Vacaria e 96 quilômetros por hora em Canela. Pelo menos 40 residências ficaram destelhadas em Vacaria, informou a Defesa Civil local. Postes e árvores foram derrubados.

Alerta para inundações persiste

Dezenas de cidades da metade norte do RS, sobretudo das regiões do Alto Jacuí, Planalto Médio e Serra, registraram inundações nesta segunda-feira. Em alguns pontos a força da água arrastou casas e até parte de uma antiga ponte de ferro. A cena viralizou na internet. Estradas tiveram que ser bloqueadas, em alguns pontos com mais de dois metros de água sobre o asfalto. O risco de deslizamento levou a novo bloqueio da BR-116, entre Caxias do Sul e Nova Petrópolis.

A preocupação agora passar a ser com rios. A MetSul alerta que vários rios que têm nascentes e cortam a metade norte do Rio Grande do Sul vão entrar em cotas de cheias e inundações com enchentes como resultado dos volumes extremos de chuva registrados.

Dois grandes rios devem ter cheia nos próximos dias. O Uruguai por conta dos excessivos volumes até agora no noroeste e no norte do Estado e o Jacuí pelos acumulados superiores a 300 milímetros nas regiões do Alto Jacuí e do Planalto Médio. Volumes altos, acima de 100 mm, também foram registrados na bacia do Jacuí baixo, no Centro do RS.


Morador tenta liberar escoamento da água em Ivoti Foto: Isaías Rheinheimer/GES-Especial

Rios que cortam os Vales e que possuem nascentes nos Campos de Cima da Serra, como o Caí e o sistema Taquari-Antas, também merecem atenção. A MetSul adverte que a cheia do Taquari pode ser de grandes proporções e ter um enorme impacto no Vale com graves inundações em vários municípios.

"Uma vez que o Taquari e o Jacuí devem ter cheia e ambos são os principais contribuintes do Guaíba, o cenário é de atenção também para as ilhas da capital e o Delta do Jacuí em cidades vizinhas mais tarde nesta semana e semana que vem. Os acumulados não foram tão extremos como no ciclone de junho, nas bacias do Caí e do Paranhana, mas os dois rios igual mereçam atenção", informa a MetSul.

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