SAÚDE

Forma de diagnosticar pressão alta é alterada; veja o que muda

Sociedade Brasileira de Cardiologia diz que exames realizados em casa podem ser mais assertivos do que os realizados em consultórios

Publicado em: 12/04/2024 16:59
Última atualização: 12/04/2024 17:00

A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) lançou, nesta sexta-feira (12), novas diretrizes para o diagnóstico da hipertensão arterial, popularmente conhecida como pressão alta. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a condição afeta aproximadamente 45% dos brasileiros entre 30 e 79 anos. 

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Ela é reconhecida como um dos principais fatores de risco associados à mortalidade e ao desenvolvimento de outras doenças, como o Acidente Vascular Cerebral (AVC) e a insuficiência renal.


Entidade médica altera forma de diagnóstico da pressão alta Foto: Adobe Stock

O diagnóstico, atualmente, costuma ser estabelecido com base nos resultados das medições realizadas em consultórios médicos ou outras unidades de saúde, e até mesmo nas triagens que antecedem os atendimentos. Já com as recentes Diretrizes Brasileiras de Medição da Pressão Arterial, a recomendação é que sejam feitos exames adicionais e fora do consultório, para uma avaliação mais precisa da condição.

Conforme explica o cardiologista Audes Feitosa, coordenador das diretrizes desenvolvidas pela SBC, a medição de pressão arterial pode ser influenciada por diversos fatores, como estresse, ansiedade ou medo, sensações comuns de quem espera para receber uma avaliação do médico. Tudo isso, segundo ele, pode colaborar com um falso diagnóstico e, no pior dos casos, em tratamento desnecessário.

“Existe toda uma técnica para aferir a pressão arterial, incluindo a calibração do equipamento e a posição do paciente. Além disso, o ambiente do consultório, por si só, pode ser propício a erros. O paciente geralmente não está familiarizado com o lugar, pode estar ansioso quanto ao diagnóstico e ter dúvidas, o que pode resultar em níveis de pressão que ele normalmente não teria em situações cotidianas”, afirmou Feitosa.

Assim, as novas diretrizes recomendam que, além do exame no consultório, seja realizada uma das três modalidades de exame: Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA), Monitorização Residencial da Pressão Arterial (MRPA) e Automedida da Pressão Arterial (AMPA). Nestes, os pacientes levam os dispositivos para casa e os utilizam durante a rotina diária, o que permite compreender como a pressão arterial se comporta no dia-a-dia.

Quanto aos valores, a SBC esclarece que, considerando somente as medições em consultório, a hipertensão é caracterizada pela pressão sistólica a partir de 140 mmHg e a diastólica a partir de 90 mmHg, o que seria chamada popularmente de 14 por 9. Nas medições em casa, os valores variam, mas o limiar para o diagnóstico é mais baixo, na faixa de 13 por 8. O cardiologista poderá orientar sobre os limites para cada tipo de exame feito na residência.

Outro possível desafio é a garantia do acesso a equipamentos para que os pacientes possam realizar os procedimentos em casa, especialmente por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). “Não podemos desconsiderar as possíveis dificuldades de acesso e aquisição na saúde pública, mas é importante considerar que os custos dos dispositivos certamente serão inferiores aos possíveis custos associados a complicações evitáveis, como o AVC”, concluiu Feitosa.

*Informações de Estadão Conteúdo

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