HERANÇA DA IMIGRAÇÃO

Pés para o nascente: Entenda a tradição para enterro trazida pelos imigrantes alemães

Historiador Martin Dreher conta como era a tradição europeia herança da imigração alemã na região

Publicado em: 24/04/2024 11:49
Última atualização: 24/04/2024 11:49

Os cemitérios, por ora temidos em razão da aversão à morte, seguem na região a tradição que os imigrantes alemães trouxeram da Europa.

Nas sepulturas, os pés ficam voltados para o nascente, onde fica localizada a cidade de Jerusalém. Para assim, na ressurreição, estarem com os olhos voltados para a terra santa.


Túmulos centenários do cemitério de Hamburgo Velho, da Igreja Nossa Senhora da Piedade Foto: Débora Ertel/GES-Especial

"As primeiras sepulturas aqui são na terra e cobertas de terra. Depois surgem grandes lajes de pedra grés com inscrições. Numa nova fase, há pedras tumulares em pé na cabeceira", pontua o historiador Martin Dreher.

Na frente da lápide, há os dados da pessoa falecida e, no verso, palavras bíblicas ou poemas. Em famílias mais ricas, partes da sepultura eram feitas em mármore ou até mesmo havia esculturas em mármore.
Inclusive, algumas famílias compravam monumentos funerários diretamente de artistas eruditos. 

Municípios têm cemitérios com tombados

A importância histórica dos cemitérios e o valor destes espaços como patrimônio foram reconhecidos em pelos menos duas cidades da região.

O Cemitério Evangélico do Travessão, em Dois Irmãos, de 1854, foi tombado pela prefeitura.


Cemitério Evangélico do Travessão, em Dois Irmãos Foto: Divulgação

Já em Novo Hamburgo, cemitério da Igreja da Nossa Senhora da Piedade, que inclui os espaços católico e luterano, integram o patrimônio tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).


Túmulo de Jacob Kroeff Neto,em Hamburgo Velho Foto: Débora Ertel/GES-Especial

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