DE PORTO ALEGRE
Primeiro bebê de reprodução assistida do RS completa 35 anos nesta semana; veja como ele está hoje
Álvaro Luís Gonçalves Santos nasceu no dia 23 de fevereiro de 1989
Última atualização: 20/02/2024 18:42
O primeiro bebê de reprodução assistida no Sul do Brasil é gaúcho e completa 35 anos nesta sexta-feira (23). Álvaro Luís Gonçalves Santos nasceu no dia 23 de fevereiro de 1989 em Porto Alegre, dez anos depois da primeira bebê a nascer por essa técnica no mundo, a inglesa Louise Brown.
Em 1988, o casal Iara e João Luis recorreu a uma técnica de reprodução assistida do Fertilitat Centro de Medicina Reprodutiva para superar a infertilidade provocada por endometriose, que é uma disfunção no tecido que reveste o útero internamente. Conforme o ginecologista Alvaro Petracco, um dos líderes do procedimento, "era uma época complicada, não tínhamos os insumos necessários".
Foi então que buscaram equipamentos fora do Brasil e, mesmo em outros países, ainda era tudo muito novo. "Quando chegamos a resultados de sucesso próximos aos da relação sexual, de 20%, já considerávamos um sucesso", relembra.
Na primeira tentativa
Iara engravidou na primeira tentativa e teve uma gestação normal – mesmo que cercada por curiosidade pelo ineditismo. O nascimento do “primeiro bebê de laboratório” do Rio Grande do Sul foi no Hospital São Lucas da PUCRS. A criança estampou jornais em fevereiro de 1989 e abriu um novo campo na medicina.
O bebê recebeu o nome de Álvaro Luís, o primeiro nome em homenagem ao médico e o segundo, ao pai. Quatro anos depois, Iara engravidou novamente, mas de forma natural, dando à luz uma menina. A primeira gestação se mostrou, conforme o Petracco, “um dos melhores tratamentos para a endometriose”.
“Tenho muita sorte de meus pais terem encontrado o Dr. Álvaro e a equipe do Fertilitat. Somos eternamente gratos a eles. Até porque a minha fertilização ainda possibilitou, posteriormente, que minha irmã viesse de forma natural. Eles são realizadores de sonhos, do sonho mais genuíno que alguém pode ter”, afirma Alvinho, como foi carinhosamente chamado pelo médico e pela ginecologista Mariangela Badalotti, que também liderou a equipe.
O gaúcho, que se formou em Economia pela PUCRS e é estudante de Ciências Contábeis na UFRGS, já atuou no mercado financeiro e passou em 25 concursos públicos. Ele é auditor da Contadoria e Auditoria Geral do Estado (Cage), dentro da estrutura da Secretaria Estadual da Fazenda, e presidente do Comitê de Integridade Pública do Estado, que tem a missão de implementar programas de integridade na administração pública gaúcha. Ele também coordena uma iniciativa que idealizou no Estado, o Projeto Escola Íntegra, no qual estudantes aprendem sobre integridade e combate à corrupção.
*Com informações do Fertilitat Centro de Medicina Reprodutiva