DRENAGEM

Projeção é de que águas baixem nas áreas alagadas de São Leopoldo até o fim de maio

Atualmente, 4 bombas anfíbias funcionam em três bairros para ajudar no escoamento; prefeitura e Semae fizeram coletiva de imprensa para atualizar situação do município, trazendo dados e estimativas

Publicado em: 23/05/2024 11:47
Última atualização: 23/05/2024 11:54

Até o final de maio as águas devem ter baixado na cidade e, consequentemente, o processo de reconstrução do município começará a ser planejado. Foi o que projetou o prefeito leopoldense, Ary Vanazzi, em coletiva de imprensa realizada na tarde desta quarta-feira (22), na sede do Serviço Municipal de Água e Esgotos (Semae) na Zona Sul, no bairro Jardim América.

Superintendente de serviços do Semae, Ronan Teodoro, prefeito, Ary Vanazzi, e diretor-geral do Semae, Maurício Miorim, em coletiva de imprensa Foto: Digue Cardoso/Semae

Junto do diretor-geral do Semae, Maurício Miorim, e do superintendente de serviços técnicos da autarquia, engenheiro Ronan Teodoro de Jesus, o prefeito fez um balanço do que já foi feito até agora, após a enchente histórica na cidade, especialmente sobre o trabalho de drenagem das áreas alagadas, com a instalação de bombas anfíbias em três bairros.

Com a retirada da água em alguns pontos, o Vanazzi estima que alguns moradores atingidos poderão voltar para a limpeza das moradias, neste fim de semana (25 e 26). “Talvez tenhamos 30%, 40% das pessoas desabrigadas que conseguem voltar pra casa. A minha previsão é que na sexta-feira da semana que vem (31 de maio), a gente tenha pouca gente nos abrigos”, projeta.

Bairros drenados

O engenheiro Ronan lembrou que há 4 bombas anfíbias em funcionamento nos bairros Campina (2), Vicentina (1) e Santos Dumont (1). Perguntado sobre uma estimativa de quando as águas recuariam totalmente nesses locais, Ronan disse que elas já vem baixando consideravelmente, com a ajuda dessas bombas instaladas. “As bacias têm tamanhos diferentes, então a cota de inundação foi diferente. Pelo que estamos avaliando, provavelmente, no início da semana que vem, a Vicentina vai estar totalmente drenada, porque é uma bacia menor. A Campina como um todo será o segundo bairro a ser drenado. E depois a Brás”.

Nesta quarta-feira, com uma bomba já funcionando na Vila Brás, bairro Santos Dumont, alguns pontos já estavam secos, como parte da Avenida Mauá e da UBS Padre Orestes, onde a prefeitura já iniciou o trabalho de limpeza.

Limpeza já iniciou na UBS Padre Orestes, no Santos Dumont Foto: Romeu Finato/Prefeitura de São Leopoldo

Abastecimento de água

Miorim falou sobre o abastecimento de água na cidade e reforçou que 70% do município está abastecido no momento. Segundo ele, nas áreas ainda alagadas, conforme o nível da água for baixando, o abastecimento de água tratada vai sendo liberado.

Com relação ao abastecimento da Zona Norte, o diretor-geral disse que a manutenção dos equipamentos, para poder abastecer normalmente todos os bairros da região, já está sendo feita. Ele ainda enfatizou que, devido ao alto consumo, o nível no reservatório Parque Campestre está apresentando oscilações no abastecimento, com isso, Vila Baum, Jardim Luciana, Boa Vista e Vila Verde estão com abastecimento intermitente.

Casas de bombas

Miorim também informou que, das cinco casas de bombas do Semae em São Leopoldo, três estão funcionando parcialmente: a Cerquinha, de forma plena, com duas bombas; a as estruturas da Rodoviária e do Ginásio, cada uma com metade da capacidade total. As bombas atingidas na Casa de Bombas da João Corrêa já foram retiradas para conserto. “A única casa de bombas que não tivemos acesso ainda é a da Campina, que fica atrás da empresa Dalleaço. Essa ainda se encontra submersa”, disse o diretor-geral.

Processo de reconstrução

Durante a coletiva, Vanazzi lembrou que 180 mil pessoas foram afetadas diretamente ou indiretamente pela enchente na cidade, 100 mil destas estão desalojadas, com 14 mil desabrigados nos espaços abertos pela prefeitura e 34 mil residências atingidas d’água.

Após o escoamento da água dos bairros, o prefeito disse que, na semana que vem, deve anunciar um processo de reconstrução da cidade. “Estamos preparados com planejamento estratégico pra chegar até o final de maio com a cidade toda seca, reorganizada, com pouco lixo, abastecimento de água minimamente normalizado. E aí, vamos começar o processo de reconstrução da cidade”, colocou, destacando a realização de operação tapa-buracos, pavimentação e limpeza. “A cidade ficou destruída”.

Água havia baixado em parte de alguns bairros nesta semana Foto: Digue Cardoso/Semae

Prefeitura deve reabrir na segunda-feira

Localizado em frente à rodoviária leopoldense, no Centro, o prédio do Centro Administrativo da cidade também foi afetado pela inundação. Segundo o prefeito, no momento, o 2º, 3º e 4º pisos já estão ocupados. No primeiro andar, totalmente atingido pelas águas, "ainda falta fazer limpeza e arrumar, porque houve destruição grande". A maior dificuldade, conforme Vanazzi, são os elevadores, que precisam de peças específicas para voltarem a funcionar, mas o mercado está escasso. “Segunda-feira devemos voltar todo mundo para a prefeitura municipal”. 

Isenção na fatura de água

Questionado sobre projeto que visa isentar a fatura de água para moradores de áreas atingidas pela enchente, o diretor-geral do Semae garantiu que o jurídico e a diretoria de finanças da autarquia estão finalizando um plano de isenção, para apresentar à agência reguladora, Agesan. “Nos próximos dias, a gente deve apresentar esse plano para beneficiar as pessoas que tiveram a casa atingida por esse desastre”, disse Miorim. 

 

Gostou desta matéria? Compartilhe!
Matérias Relacionadas