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VALE DO PARANHANA

Morte de grávida no Hospital de Parobé é investigada; entenda

Vítima de 35 anos teria procurado atendimento em função de um sangramento durante a gestação

Nadine Funck
Publicado em: 11/01/2025 às 13h:11 Última atualização: 13/01/2025 às 16h:06
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Elisiane Aguiar Nunes, de 35 anos, procurou o Hospital São Francisco de Assis (HSFA), em Parobé, na última semana, em função de um sangramento durante a gestação. A vítima, que estava de aproximadamente dois meses gestacionais, precisou de internação e morreu na noite de sexta-feira (10).

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Hospital São Francisco de Assis fica em Parobé | abc+



Hospital São Francisco de Assis fica em Parobé

Foto: Divulgação

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O marido fez um boletim de ocorrência na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento de Taquara no mesmo dia, alegando uma possível negligência médica. O delegado Francisco Leitão, titular da DP de Parobé, explica que o corpo foi encaminhado para necropsia. “A partir do retorno da perícia iremos verificar se houve conduta inadequada por parte dos profissionais de saúde.”

Ainda conforme o delegado, Elisiane não teria problemas de saúde antes de buscar por atendimento no HSFA. A causa da morte, no entanto, ainda não foi esclarecida. Também não há detalhes sobre os procedimentos feitos na casa de saúde.

O diretor-técnico do HSFA, Leandro Dias Cezar, diz que acompanhou o caso juntamente com uma equipe multidisciplinar, composta por anestesistas, obstetras e cirurgiões, profissionais que atenderam Elisiane no bloco cirúrgico, “todos empenhados e que se envolveram de alguma forma para ajudar, na tentativa de agilizar as ações e otimizar o tratamento”. O motivo pelo qual a vítima passou por cirurgia não foi informado.

“Todos lutamos pela vida e os desfechos negativos são dolorosos para todos. Ninguém consegue ficar inerte ao ver a piora de uma paciente. Mas, infelizmente, nem sempre conseguimos vencer a batalha contra a doença.”

O que diz o hospital

Procurada, a instituição se manifestou por meio de nota. Veja na íntegra:

“O HSFA se empenha em oferecer atendimento e recursos adequados, a fim de proporcionar excelência nos cuidados e segurança aos pacientes. Infelizmente, apesar dos melhores esforços, eventualmente algumas doenças estão além da capacidade da medicina de solucionar e desfechos negativos podem ocorrer.

Como não é possível emitir juízo sobre o ocorrido sem a correta análise dos fatos, o HSFA mantém uma comissão para análise dos casos de óbito que ocorrem dentro do nosocômio a fim de esclarecer as reais causas.

O caso em questão está sendo analisado para melhor entendimento do que ocorreu e todas as informações sobre o caso estão a disposição da família e da justiça.”

Outro caso em investigação

No último mês de 2024, Adriane Eduarda Ferreira, 24, e o bebê que esperava morreram na casa de saúde. A própria instituição fez o boletim de ocorrência, já que a vítima chegou ao local com dores, quando foram requisitados exames. Não há detalhamento sobre os procedimentos.

Em nota, a instituição disse que a paciente chegou em estado “muito grave” e que foi atendida pela junta médica durante as horas que permaneceu no hospital. “Ainda não retornou o laudo pericial. Aguardamos isso para prosseguimento das investigações”, disse o delegado neste sábado (11).

Desfechos

Em outubro do ano passado, dois médicos da casa de saúde foram indiciados pela morte de Benjamin Samuel Pinheiro Belloto, de apenas 1 mês. Ele foi levado em abril ao hospital da cidade por problemas de saúde. Os profissionais teriam demorado para prestar atendimento e, um dia depois, a criança foi transferida ao hospital de Venâncio Aires, onde morreu. A mãe de Benjamin acusou a casa de saúde do Vale do Paranhana de negligência médica, o que foi confirmado pela Polícia Civil durante a investigação.

Mariane Rosa da Silva Aita, 39, faleceu em agosto de 2023, dois meses após ter uma gaze esquecida dentro do corpo durante uma cesárea. O obstetra Joaquim Dellamora Mello, responsável pelo procedimento de Mariane, foi impedido de fazer cirurgias até o julgamento do processo, do qual é réu.

Medidas adotadas

O HSFA informou que, antes da morte de Elisiane, a diretoria criou uma comissão para avaliar a rotina de todos os casos que evoluem para óbito (independente da repercussão ou questionamento familiar) com o objetivo de identificar “se realmente tudo que podia ter sido feito, realmente foi feito”, além de qualquer oportunidade de melhoria.

“Só saberemos mais detalhes após conclusão dessa comissão. E esperamos com essa rotina otimizar os processos e identificar as mudanças necessárias para melhorar ainda mais o atendimento do hospital”, explicou a casa de saúde.

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