Na noite desta quarta-feira (18), o prefeito de Parobé, Diego Picucha, se manifestou sobre a operação conjunta do Ministério Público e da Polícia Civil, denominada de “Operação Confraria”, que investiga políticos suspeitos de trocar apoio político com membros de facção criminosa por contratos milionários com a administração do município do Vale do Paranhana.
Picucha foi alvo de mandado de busca e apreensão na sua casa, localizada no bairro Fazenda Pires, nas primeiras horas desta manhã. Além dele, dois advogados, Marcos Vinicius Carniel e Vinicius Filippe, ligados à cúpula da administração e um ex-diretor da prefeitura, Lucas Micael Fernandes, são investigados.
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Em nota, o atual prefeito de Parobé disse que não responde “a nenhum processo de improbidade ou corrupção e tenho todas as contas aprovadas”. Picucha ainda diz que a ação contem contratos investigados de gestões anteriores e que todos os contratos são públicos e estão disponíveis no Portal de Transparência.
“Não precisamos negociar votos ou favores. Nossa gestão é respaldada pela confiança da comunidade, sendo reconhecida como a melhor do RS por três anos consecutivos e prefeito reeleito de Parobé com quase 80% dos votos, uma marca histórica na cidade”, diz outro trecho do posicionamento do prefeito investigado.
Contraponto
O ABCmais tentou contato com Carniel e Felippe, mas não obteve resposta até a publicação deste conteúdo. A reportagem também não conseguiu localizar a defesa de Fernandes. O espaço segue aberto para a manifestação de todos os citados.
A investigação
De acordo com o Ministério Público, a 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) autorizou o cumprimento de 41 mandados de busca e apreensão em locais relacionados aos investigados, como a sede do Poder Executivo de Parobé, residências, escritórios e empresas.
Durante a operação, foram apreendidos documentos, equipamentos eletrônicos e efetuado o sequestro judicial de bens, incluindo 59 veículos e 33 imóveis.
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Ao todo, 42 pessoas físicas e jurídicas estão sendo investigadas, entre elas outros advogados, familiares de um vereador da cidade, a viúva e dois filhos de um ex-vereador, além de um empresário do setor de construção civil e revenda de automóveis.
A Operação Confraria é resultado de uma investigação que durou 2 anos. De acordo com o MP, de 2020 a 2024, foi apurado que uma facção criminosa negociou apoio político em troca de contratos no valor de R$ 40 milhões com integrantes da Prefeitura local em processos licitatórios suspeitos e até um cargo em comissão de um faccionado que ameaçava opositores.
*Com colaboração de Isaías Rheinheimer.
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