MAIS UM CASO

Promessa de bom salário e moradia: Trabalhadores argentinos são resgatados de situação análoga à escravidão no RS

Homens com idades entre 16 e 61 anos saíram da cidade de Missiones para trabalhar no Brasil

Publicado em: 02/02/2024 13:30
Última atualização: 02/02/2024 16:06

Um argentino foi preso em São Marcos, na Serra gaúcha, acusado de agenciar a vinda de 22 trabalhadores do país vizinho. Conforme o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), os homens com idades entre 16 e 61 anos, estavam em situação análoga à escravidão.


Moradia de argentinos em situação análoga à escravidão no RS Foto: MPT/Divulgação

Na tarde desta sexta-feira (2), o MPT atualizou o número de resgatados. De 18, passou para 22 argentinos. Eles chegaram ao Brasil após sair da cidade de Missiones, na Argentina, com promessa de salário, moradia e alimentação. No entanto, estavam em um local superlotado, sem camas suficientes, sem fornecimento de água encanada para banho ou necessidades básicas. O Ministério Público do Trabalho (MPT) comunica que havia frestas nas paredes e risco de incêndio por conta da precariedade das instalações elétricas.

Segundo o MPT, eles estavam no Rio Grande do Sul há cerca de uma semana e vieram para trabalhar na colheita da uva na cidade de São Marcos e outras propriedades da região. A produção era adquirida por empresas de Santa Catarina e Paraná, destina ao consumo in natura e à produção de geleiras. Os nomes não foram revelados.

Entrada por Santa Catarina

De acordo com o MPT, o grupo foi aliciado mediante falas propostas de trabalho. Os 18 estrangeiros entraram no País através da cidade de Dionísio Cerqueira, em Santa Catarina. Chegando ao território brasileiro, descobriram que a remuneração não era a mesma prometida na Argentina, assim como as condições de moradia.

Investigação

Denominada Operação In Vino Veritas, a ação continua apurando possíveis irregularidades no setor vitivinicultor da Serra gaúcha. Propriedades são vistoriadas na região que concentra a maioria da produção nacional de vinhos e uva.


Moradia de argentinos em situação análoga à escravidão na Serra Foto: MPT/Divulgação

Os trabalhadores são acompanhados pelo governo brasileiro, com hospedagem e cobranças de verbas rescisórias e valores devidos. Além disso, o grupo deve receber três parcelas do seguro desemprego. O adolescente de 16 anos terá custeada o retorno para Missiones.

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