PLANO A OU B?

ICMS: Corte de benefícios fiscais do Estado afeta setor calçadista; entenda

Chamado de plano B, decreto passa a valer em 2024 caso majoração da alíquota modal de ICMS não seja aprovada

Publicado em: 17/12/2023 09:10
Última atualização: 17/12/2023 09:18

A proposta de majoração da alíquota modal de ICMS no Rio Grande do Sul segue gerando debate entre entidades, empresários e políticos. A votação para a medida, que aumenta de 17% para 19,5% o ICMS no Estado, deve ocorrer na terça (19), mas no último sábado (16), o governo publicou o que chama de plano B, um decreto que prevê corte de benefícios fiscais para mais de 60 setores da economia.


Setor calçadista está entre os impactados com decreto publicado no último sábado Foto: Divulgação

Segundo o governo do Estado, os decretos devem entrar em vigor a partir de abril de 2024. No entanto, algum deles começam a valer já a partir de janeiro do próximo ano, caso a proposta de aumento da alíquota modal de ICMS não seja aprovada.

Uma das mudanças está relacionada a retirada gradual de 40% dos benefícios fiscais concedidos a 64 setores. Entre eles, o calçadista. Este ano, o segmento, com forte representatividade na região, obteve a conquista da redução do ICMS sobre a produção, passando de 4 para 3%.

Na última quinta-feira (14), durante sua passagem por Novo Hamburgo, o governador Eduardo Leite, em entrevista ao Grupo Sinos, havia confirmado que o benefício recém-conquistado sofreria impactos caso a proposta não seja aprovada pelos deputados.

"O setor não pagaria mais, mas perderia parte do benefício, isso porque damos um crédito presumido. Antes, era 4% a alíquota efetiva e com o programa reduzimos para 3%. Mas se precisar do plano B vou cobrar parte deste 1% que está sendo reduzido do empreendedor. Terei que cobrar parte na forma de depósito em fundo do Estado para sustentar o equilíbrio fiscal", afirmou o governador.

O presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Novo Hamburgo, Campo Bom, Estância Velha e Dois Irmãos (ACI-NH/CB/EV/DI), Diogo Leuck,  avalia o cenário.

"O corte nos incentivos é bem pior para a economia do que o aumento do ICMS modal para 19,5%, pois afeta diretamente a competitividade das empresas, que como no calçado devem migrar para Estados como SC, onde o ICMS deste setor é, como recém aprovado no RS de 3%", diz.

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