Pobreza menstrual e literatura lúdica são projetos premiados

Despertar o interesse do público adolescente nem sempre é fácil. Mas, quando a temática os envolve, a busca de informações pode tornar-se um incentivo para o aprendizado. É o que você confere nas reportagens sobre os professores e projetos premiados na segunda edição do Prêmio Ser Educação, realizado em 24 de outubro, durante a Mostratec, na Fenac, em Novo Hamburgo.

A seguir, conheça mais detalhes dos projetos “Segue o ciclo: uma investigação sobre menstruação e sustentabilidade”, produzido sob orientação da professora Vitória Duarte Wingert; e “Livros Pop Up para adolescentes”, elaborado pela professora Carolina Karro da Piedade, ambos desenvolvidos junto aos alunos do ensino fundamental de escolas da região. Os projetos garantiram o destaque na categoria professor de Ensino Fundamental.

Por mais dignidade e menos tabus

Minimizar os impactos da pobreza menstrual e propor um diálogo aberto sobre o tema foi um dos objetivos do projeto “Segue o ciclo: uma investigação sobre menstruação e sustentabilidade”, organizado pela professora Vitória Duarte Wingert, da Escola Municipal de Ensino Fundamental Morada do Sol, de Campo Bom. Pela iniciativa e pelo trabalho realizado, ela recebeu o prêmio na categoria Professor de Ensino Fundamental em Escola Pública.

Os estudantes do 8º ano abordaram a desinformação em torno da menstruação e descobriram alternativas sustentáveis para substituir os absorventes descartáveis. Os alunos atuaram ativamente na criação de informativos para distribuição na escola, encaminharam um requerimento junto à Câmara de Vereadores da cidade solicitando que absorventes de pano e coletores menstruais sejam incluídos na lei municipal de combate à pobreza menstrual, e apresentaram às alunas o absorvente de tecido e o coletor menstrual, desconhecido por muitas.

Projeto terá continuidade com novas ações

O grupo planeja diversas ações para seguir com o projeto: criação de uma página no Instagram, produção de absorventes sustentáveis e apresentação do projeto em outras escolas. “Para mim e os estudantes foi um imenso prazer receber o reconhecimento pelo projeto, principalmente dada a relevância social da temática: menstruação e sustentabilidade. Menstruar é poder falar abertamente sobre, foi extremamente empoderador para as meninas participantes do projeto e o primeiro passo para o fim do estigma sobre esta temática”, avalia.

Ludicidade literária para adolescentes

“A leitura contribui para o estímulo do raciocínio, aumenta a imaginação, melhora o vocabulário e a organização dos nossos pensamentos”, afirma Carolina Karro da Piedade, professora no Colégio Maria Auxiliadora, em Canoas. Mesmo com os benefícios proporcionados pela leitura, o encantamento e a motivação muitas vezes se perdem quando a criança cresce.

Para diminuir esse problema, Carolina e os alunos do 8º ano pensaram numa forma de provocar o interesse pelos livros. “O desafio estava em desenvolver histórias para adolescentes e, ao mesmo tempo, resgatar o encanto da literatura infantil, como o uso de imagens que saltam das páginas”, conta. Assim surgiu o projeto “Livros Pop Up para adolescentes”. Cada aluno construiu sua própria história. “A oportunidade de concorrer ao prêmio demonstra que há muita gente engajada com a educação, e ganhar esse prêmio é como se falassem ‘Continua, pois está dando certo!’”, diz Carolina, premiada na categoria Professor de Ensino Fundamental em Escola Privada. 

Pesquisa de temas para incentivo à leitura

Amor, depressão e bullying foram alguns dos temas das produções, que estiveram em exposição na escola, oportunizando aos demais alunos o contato com as narrativas. Segundo Carolina, o grupo planeja criar outros livros interativos e lúdicos. Para isso, estima-se o aprimoramento da técnica de produção e escrita, pesquisa de temas que despertem o interesse do público adolescente, até releitura de clássicos da literatura e a criação de um espaço exclusivo para receber as obras produzidas pelos alunos.

Saiba mais

Confira aqui detalhes sobre os projetos “Trilha Startup IENH”, criado pelo professor Luciano de Oliveira Maurina, da Instituição Evangélica de Novo Hamburgo; e “Estúdios Criativos: Metrópolis”, projetado pela professora Josiane da Costa Heissler, da Universidade La Salle.