METEOROLOGIA

RADAR METEOROLÓGICO: Entenda como vai funcionar e o que vai mudar com a instalação do equipamento em Montenegro

Previsão de início de operação do radar é para agosto deste ano

Publicado em: 25/04/2024 14:50
Última atualização: 25/04/2024 20:21

Um passo importante em direção à prevenção de desastres naturais está sendo dado no Rio Grande do Sul. Com a assinatura do contrato entre o governo estadual e a empresa Climatempo, em novembro de 2023, foi oficializada a instalação de um radar meteorológico no Morro São João, em Montenegro.

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Raio de cobertura do radar Foto: Defesa Civil do Estado do RS

O radar, com previsão de início de operação para agosto de 2024, tem um alcance de 150 quilômetros a partir de sua localização. Além da região metropolitana de Porto Alegre, ele abrangerá os vales (Caí, Taquari, Pardo, Sinos), o litoral norte, e partes da Costa Doce e da Serra, beneficiando uma ampla área do Estado.

Clovis Eduardo Pereira, Coordenador da Defesa Civil em Montenegro, destaca a importância da assinatura do contrato com a Climatempo para a instalação e operação do radar meteorológico. Ele explica que a escolha da cidade foi estratégica, devido ao posicionamento favorável e à estrutura já existente no Morro São João.

Pereira enfatiza que o equipamento trará maior precisão meteorológica, permitindo uma compilação mais detalhada de dados. Ele salienta também que o impacto prático dessa medida se traduzirá em maior agilidade e certeza nas previsões, contribuindo para uma significativa melhoria na capacidade de alerta da Sala de Situação da Defesa Civil.

Além do radar de Montenegro, existem outros dois da Força Aérea, localizados em Santiago e Canguçu. Na entrevista exclusiva com o secretário chefe da Casa Militar e coordenador estadual de Proteção e Defesa Civil, Coronel Luciano Chaves Boeira, entenda como funcionará o equipamento:

Jornal NH: Como irá funcionar o radar?

Coronel Luciano Chaves Boeira: O radar em Montenegro receberá informações sobre localização, intensidade e velocidade das instabilidades em um raio de 150 km. Esses dados serão enviados para uma central de computadores acessada pela equipe de meteorologia da Sala de Situação, que fará análises em tempo real e produzirá alertas em caso de riscos iminentes.

Quais serão os principais impactos da instalação desse radar?

Coronel Boeira: Os ganhos que se têm com a instalação do radar meteorológico dizem respeito à qualidade do alerta que a população receberá. Eles serão mais assertivos, ou seja, terão informações mais claras, direcionadas, e ainda mais precisas do ponto de vista temporal, com possibilidade de previsão e produção de alertas entre 3 a 6 horas de antecedência em relação ao fenômeno meteorológico extremo.

Além da questão da preparação para eventos adversos e de emergência, o uso do radar é amplo e poderá auxiliar, ainda, na coleta de dados de interesse para a agricultura, infraestrutura, aviação, segurança, entre outras temáticas.

Por que Montenegro foi escolhida para sediar o radar?

Coronel Boeira: Inicialmente, a empresa contratada apresentou à Defesa Civil estadual um estudo de viabilidade técnica apontando três possíveis locais. Foram analisados uma série de critérios como, por exemplo, a operacionalidade do equipamento, o acesso ao local, infraestrutura de energia elétrica e comunicação (Internet), segurança e estrutura da fundação da torre de 40 metros de altura preexistente, tendo sido encontradas no Morro São João as condições mais favoráveis do que em outros locais analisados.
Ainda, se ficasse em Porto Alegre, por exemplo, que era um dos locais sondados, a área de raio cobriria uma parte significativa do oceano, reduzindo a área útil de cobertura do radar nos municípios gaúchos.

Esse radar é uma resposta do estado para enfrentar condições climáticas severas, como as ocorridas no ano passado?

Coronel Boeira: Antes mesmo dos eventos meteorológicos adversos pelos quais o RS passou em 2023, a Defesa Civil estadual já estava dando andamento a algumas iniciativas para a melhoria da capacidade do Estado em preparar-se para eventos dessa natureza, entre elas, a contratação do serviço de radar meteorológico.
Com certeza, todas as iniciativas que possam preservar vidas e reduzir danos materiais são extremamente significativas, e há uma série de projetos que caminham nesse sentido sendo levados à frente pela Defesa Civil Estadual, como a implementação do Centro Estadual de Gestão Integrada de Riscos e Desastres, a ampliação do levantamento das áreas de risco do Estado, a operacionalização do sistema de alertas “cell broadcast” em parceria com a Anatel e Defesa Civil Nacional, entre outras ações.

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