A produção nacional de calçados cresceu 2% no primeiro trimestre deste ano na comparação com o mesmo período de 2022. De janeiro a março saíram das linhas de produção nada menos que 195 milhões de pares, ante 191,4 milhões de igual período do ano passado. No entanto, para o segundo trimestre deste ano a expectativa é de mudanças.
De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), a perspectiva é de dificuldades nos próximos meses. O setor de Inteligência de Mercado da Abicalçados avalia que o setor pode registrar queda de 0,8% já no trimestre atual (abril a junho) na comparação com o anterior.
“São muitas as incertezas, principalmente em âmbito internacional. Por isso, neste momento de ainda muita insegurança, se faz urgente a renovação da desoneração da folha de pagamentos, que está em análise no Congresso Nacional”, diz o presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira. Segundo ele, caso a desoneração chegue ao fim, mais de 30 mil empregos no setor estarão em risco.
Isso porque, segundo o executivo, a demanda internacional está em declínio e há “incertezas no mercado doméstico, especialmente diante do endividamento recorde das famílias brasileiras”. “Precisamos ao menos manter os empregos. Onerar a manutenção e a possível criação de vagas é pouco inteligente neste momento”, avalia o dirigente.
Para 2023, conforme projeções da Abicalçados, a expectativa é de que a produção de calçados registre um incremento entre 1% e 1,7%, alcançando mais de 860 milhões de pares e ficando ainda aquém dos números pré-pandemia, em 2019, quando o País produziu 897 milhões de pares.
(*) Com informações da Abicalçados.
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